Comecei a ler este livro por obrigação, porque fazia parte do programa do 11.º ano. Mas, rapidamente, perdi esse sentido de obrigação e comecei a gostar do que estava a fazer. Realmente, nunca sequer pensei em vir a ler uma obra de Eça de Queirós ou de outro escritor qualquer que tenha feito parte de outro século. No entanto, espero voltar a fazê-lo brevemente, pois adorei a experiência! A maneira como o livro é escrito, as descrições, as personagens, tudo... Tudo me ajudou a evoluir, de certa maneira, como escritora. Descobri um estilo que encaixa bastante bem comigo e que penso adoptar para certos tipos de obras que eu queira escrever. Não me considero plagiadora, pois não escrevo totalmente como Eça de Queirós (penso que isso seria também impossível de conseguir). Peguei apenas na estrutura e moldei-a à minha maneira.
Mas agora falando no livro em si... Quando o comecei a ler, muitas pessoas me disseram "mal" dele. O Tiago dizia que o enredo não era grande coisa, outra rapariga (que eu não me lembro o nome, peço desculpa) disse que as descrições que o Eça fazia eram muito piores que as que eu li exaustivamente no Brisingr. No entanto, não achei nem uma coisa nem outra! Adorei a história em si e penso que teria adorado ainda mais se já não soubesse que Os Maias se resumem à palavra Incesto. Adorei as descrições, a maneira como todas aquelas coisas belas e antigas (o tal chamada de briquebraque, senão me engano e corrijam-me se estiver errada) entravam na minha cabeça...
Foi simplesmente soberbo! Só não dou uma nota mais alta a esta obra porque não gostava lá muito das falas em francês que certos senhores entoavam, só para parecerem importantes. Naquela altura era algo normal, mas para mim não fez muito sentido, talvez por eu não perceber mesmo nada de Francês. E até fica mal dizer isto, uma aluna de Línguas e Humanidades. Mas posso-me desculpar com o facto de a minha professora de Francês ter faltado do 7.º ao 9.º ano - e sim, acreditem que isso é possível. Também fiquei muito triste quando uma das minhas personagens favoritas faleceu, pois esta parecia intemporal.
Foi com tristeza que me despedi deste livro e vai ser, definitivamente, algo que irei voltar a ler, depois de conseguir acabar aqueles que tenho à minha espera!
N.º de páginas: 725
Personagens favoritas: João Ega (sem dúvida, a mente mais brilhante de toda esta obra), Alencar (um poeta espectacular), Maria Eduarda (pela doçura com que é descrita), Afonso e Carlos da Maia.
Nota: 9/10 - Excelente
Sara