domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mil Novecentos e Oitenta e Quatro - Crítica

Nome: Mil Novecentos e Oitenta e Quatro
Autor: George Orwell
Editora: Antígona
Tradução: Ana Luísa Faria
Nº de Páginas: 313
Preço Editor: 16€

Sinopse: Mil Novecentos e Oitenta e Quatro oferece hoje uma descrição quase realista do vastíssimo sistema de fiscalização em que passaram a assentar as democracias capitalistas. A electrónica permite, pela primeira vez na história da humanidade, reunir nos mesmos instrumentos e nos mesmos gestos o trabalho e a fiscalização exercida sobre o trabalhador. O Big Brother já não é uma figura de estilo - converteu-se numa vulgaridade quotidiana.

Penso que a melhor maneira de iniciar esta crítica é dizendo que este livro é muito assustador. Não se trata de um livro de terror, mas a mim assustou-me de uma maneira que mais nenhum livro fez, talvez por eu ter a consciência que a nossa sociedade está cada vez mais próxima do que acontece neste livro.

Nas primeiras páginas posso dizer que o achei um bocado monótomo e "cinzento". Tudo o que Winston fazia parecia demasiado aborrecido para alguma vez eu conseguir chamar àquilo de viver. Só mais tarde percebi que isso fazia parte da essência do livro porque, nesta obra, as pessoas não vivem, as pessoas sobrevivem.

Outra parte que achei monótoma foi o livro mas, tal como o Tiago me pediu, não perdi o ritmo e depois até vim a descobrir que aquilo também era importante para compreender melhor aquela sociedade degradada.

E o que mais me fez impressão no meio desta obra toda foi o facto de aquela política estar tão bem planeada e pensada que parece que jamais será posta de parte. Apesar de horrível e insensata, parece não ter qualquer tipo de defeitos que os homens consigam agarrar, de maneira a atirá-la a baixo. Parece que se vai perpretuar para sempre - e isso foi mais uma das coisas que me assustou.

Acabo por concluir que, apesar de este livro não fazer parte do género daqueles que eu costumo ler, até gostei, apesar de me ter assustado. Mas é como a minha professora de Inglês diz: «Tudo o que é diferente, mete-nos medo.»

Personagens preferidas: Não tenho nenhuma, são todas demasiado enganadoras.

Nota: 8/10 - Muito Bom

Sara

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Crítica - As Aventuras de Alice no País das Maravilhas

Título: As Aventuras de Alice no País das Maravilhas
Autor: Lewis Carroll
Tradutora: Margarida Vale de Gato
Editora: Relógio de Água
Nº de Páginas: 132
Preço Editor: 30€ (comprei por 15€)

Sinopse: As Aventuras de Alice, originalmente Alice's Adventures Underground, 1863 (As Aventuras de Alice debaixo da Terra), nasceram de uma ocasião, a 4 de Julho de 1862, em que Charles Lutwidge Dogson, matemático e cónego, também conhecido por Lewis Carroll, levou as meninas Liddell a passear de barco no Tamisa. Nessa tarde, entreteve as crianças com histórias que, a pedido de Alice (as suas irmãs eram Lorina e Edith), passou a escrito para lhe oferecer.
A presente tradução segue a versão revista por Dogson e publicada sob o título Alice's Adventures in Wonderland em 1865 (embora datada de 1866).

Ler um livro depois de se ter visto uma adaptação cinematográfica dele não é a mesma coisa do que lê-lo sem ter qualquer noção do que se irá passar. É verdade que quis ler a As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, antes de sair a versão de Tim Burton no cinema, já no dia 4 de Março. Mas não pude evitar ter visto a primeira versão da Disney quando tinha cinco ou seis anos - e quando logo na altura se tornou dos meus filmes preferidos. talvez por isso partisse com expectativas grandes para este clássico da literatura infantil, recheado de nonsense, jogos de palavras e momentos rídiculos que eram uma homenagem ao poder da imaginação.

Jogos de Palavras... esperava ter encontrado mais, confesso. Quando aos momentos de absurdo, estão presentes por toda a parte, e são eles que dão magia à história. Ainda para mais, a Alice, como criança que é, encara esses factos estranhos com uma relativa normalidade, e isso torna a história ainda mais engraçada.

É um livro leve de se ler, a prosa constitui-se essencialmente por diálogos e narração de acontecimentos, sendo poucas as descrições. Afinal de contas, é um livro escrito particularmente para crianças, embora muitos adultos se debrucem sobre esta obra com estudos que não deixam de ser interessantes.

O País das Maravilhas é um lugar assustador, mas com o qual rapidamente criamos uma ligação afectiva, e, agora falo por mim, fiquei com vontade de o visitar por uma noite no mundo dos sonhos. Quem sabe, talvez já hoje...

Personagens Preferidas: Billy a Lagartixa, o Criado-Rã, o Chapeleiro Louco, o Rei, a Duquesa... mas acho que acima de todos a Tartaruga Fingida.

Nota (1/10): 7 - Bom

Tiago

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Aquisições de Fevereiro | Lydo e Opinado em Março


Este mês de Fevereiro as adquirições foram mais do que muitas... mas felizmente estiveram longe de ser caras! A grande maioria pertencem às colecções da Sábado e da Visão - por apenas 1 euro cada livro. «O Passado que Seremos» escapa à regra, assim como «Pinball, 1973» (que ficou um bocadinho caro devido a ter vindo do Japão...). Ou seja, o maior problema é mesmo onde é que vou arranjar tempo para ler todos, porque vontade não me falta! Não cabiam todos na fotografia, por isso vai em vídeo.

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Finalmente, estou pronto a divulgar o que se vai passar aqui no blog em Março. Sem muitos mais rodeios, queria apenas aproveitar para agradecer a todos os que visitam este espaço (o número subiu no mês de Fevereiro, muito devido ao passatempo da AHAB); mas acima de tudo os que têm uma palavra a dizer, um comentário, uma opinião, porque acima de tudo é isso que nos motiva.
  • Entrevista Exclusiva: Dia 1 de Março, entrevista a Inês Botelho (autora da trilogia do «Ceptro de Aerzis», «Prelúdio» e, mais recentemente, «O Passado que Seremos».
  • Passatempo do Mês: De dia 3 a 7 de Março, habilita-te a ganhar um exemplar do novo livro da autora entrevistada, «O Passado que Seremos», neste passatempo em parceria com a Porto Editora!
  • Crónicas: durante o mês de Março, a nossa rubrica de Crónicas vai-se dedicar ao tema «A Literatura Lusófona». Assistimos a uma grande tendência de valorizar mais os autores estrangeiros americanos e ingleses que os portugueses e de outros países onde se fale a nossa língua. O inglês domina em todo o lado, assim como as traduções. Vamos equacionar as potencialidades da literatura lusófona.
Espero que continuem sempre a visitar o Lydo e Opinado. E que gostem das iniciativas previstas para Março!

Tiago

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Novidade da Semana - O Braço Esquerdo de Deus

Título: O Braço Esquerdo de Deus
Autor: Paul Hoffman
Tradução: Mário Dias Correia
Editora: Porto Editora
Nº de Páginas: 400
Preço Editor: 17,50€

Sinopse: A sua chegada foi profetizada. Dizem que ele destruirá o mundo. Talvez o faça...
"Escutem. O Santuário dos Redentores, em Shotover Scarp, é uma mentira infame, pois lá ninguém encontra santuário e muito menos redenção."
O Santuário dos Redentores é um lugar vasto e isolado - um lugar sem alegria e esperança. A maior parte dos seus ocupantes foi levada para lá ainda em criança e submetida durante anos ao brutal regime dos Redentores, cuja crueldade e violência têm apenas um objectivo - servir a Única e Verdadeira Fé. Num dos lúgubres e labirínticos corredores do Santuário, um jovem acólito ousa violar as regras e espreitar por uma janela. Terá talvez uns catorze ou quinze anos, não sabe ao certo, ninguém sabe, e há muito que esqueceu o seu nome verdadeiro - agora chamam-lhe Cale.
É um rapaz estranho e reservado, engenhoso e fascinante. Está tão habituado à crueldade que parece imune a ela, até ao dia em que abre a porta errada na altura errada e testemunha um acto tão terrível que a única solução possível é a fuga.
Mas os Redentores querem Cale a qualquer preço; não por causa do segredo que ele sabe mas por outro de que ele nem sequer desconfia.
Com O Braço Esquerdo de Deus, primeiro volume de uma trilogia, Paul Hoffman confirma-se como uma das novas grandes vozes da literatura de Fantasia.

Este livro é a maior aposta da editora internacional Penguin na área da fantasia dos últimos dez anos - está a ser lançado ao mesmo tempo em muitos países, Portugal inclusivé. E eu, enquanto fã da literatura fantástica, cá estou curioso. Principalmente porque na sinopse não vejo magia e grandes poderes. E o título foge à regra.

Lançado a semana passada para todas as livrarias nacionais, podem ler o primeiro capítulo carregando aqui. Já está na minha lista de compras, possivelmente para a Feira do Livro de Lisboa. Embora se diga por aí que esta aposta de marketing n' O Braço Esquerdo de Deus não é assim tão bom como o fazem parecer...

Tiago

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Crítica - Hear the Wind Sing

Título: Hear the Wind Sing
Autor: Haruki Murakami
Tradutor: Alfred Birnbaum
Editora: Kodansha English Library
Nº de Páginas: 130
Preço Editor: $25.99 (aproximadamente 19€)

Sinopse: «The first book in the "Trilogy of the Rat" series, it is followed by Pinball 1973 (1979) and A Wild Sheep Chase (1982). The writer recalls the days of his early twenties. The biology student passed his summer vacation aimlessly back at his home town. There are episodes about his childhood and his three girls whose names and faces have long been forgotten. Amid the bar scenes of cigarettes, french fries and beers, there was still extra space for his favourite author and the chunks of his philosophies. Hear the Wind Sing was never released in any English-speaking countries, but a translation was sold in Japan as a way to improve one's English reading skills, complete with a glossary in the back with the harder words defined in Japanese.»

Quem já leu Haruki Murakami conhece bem o estilo deste autor - os seus romances surreais que envolvem o quotidiano japonês, um narrador masculino, personagens femininas misteriosas que desaparecem, gatos, música ocidental, refeições, reflexões acerca da escrita, a simplicidade da história contada numa linguagem acessível e ao mesmo tempo filosófica. Quem já leu Murakami conhece o estilo: Hear the Wind Sing é a sua primeira obra, e neste livro vê-se o estilo de Murakami em bruto.

É difícil explicar o meu ponto de vista, mas vou tentar: Murakami começou a escrever aos trinta anos. Nesta sua primeira obra, revela ao mundo a sua forma de escrever muito peculiar, sem no entanto a ter aperfeiçoado e trabalhado. É o estilo dele como matéria prima, é o nascimento do estilo na sua forma mais fria e radical. De tal forma que não consegue agarrar o leitor como o faz em livros posteriores.

O livro tem todos os elementos Murakamianos de que falei anteriormente, mas sendo a sua primeira obra achei a língua um pouco fria, e embora tenha tido momentos bem conseguidos, noutros criou pouca relação com o leitor. Capítulos muito pequenos e sucintos, cenas rápidas que quando começamos a gostar já acabaram. Muito entrecortado.

Agora os pontos positivos: porque apesar de me ter desiludido um pouco, o problema foi meu. Ninguém me mandou encomendar este livro. Haruki Murakami pediu para que as duas primeiras obras não fossem reeditadas para lá do Japão, porque considerava a sua escrita muito primária. Ele avisou-me... mas eu não dei ouvidos, comprei, e esperava uma obra-prima. É verdade. Este livro é o primeiro degrau daquele que é provavelmente o meu escritor favorito. mas foi bom lê-lo, para ver por onde começou ele!

Foi bom conhecer os lugares e as personagens, identificar elementos que se desenvolvem nos livros a seguir, ler as reflexões acerca da escrita. Um certo humor também presente. Uma obra primária, talvez, mas com grande significado para quem é fã de Murakami. É bom ver como tudo começou. Por isso, aqui fica uma dica: leiam este livro só depois de terem experimentado uns quantos do autor; e tenham em conta que o próprio pediu para não o reeditarem. Não estejam á espera de uma obra-prima, e vão gostar.

Provavelmente o mais soft dele, talvez porque não arrisca aproximar-se do leitor. Mas com apenas 130 páginas, lê-se num fôlego. Anteriormente tinha dito que não ia dar nota ao livro, por respeito simbólico ao autor: mas mudei de ideias, e resolvi quantificar o meu gosto, também.

Personagens Preferidas: A rapariga. E talvez o J.

Nota: 6 - Agradável

Tiago

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Crítica - O Mar de Ferro


Título: O Mar de Ferro
Autor: George R. R. Martin
Tradutor: Jorge Candeias
Editora: Saída de Emergência
Nº de Páginas: 320
Preço Editor: 18,85€

Sinopse: SPOILERS: Quando Euron Greyjoy consegue ser escolhido como rei das Ilhas de Ferro não são só as ilhas que tremem. O Olho de Corvo tem o objectivo declarado de conquistar Westeros. E o seu povo parece acreditar nele. Mas será ele capaz? Em Porto Real, Cersei enreda-se cada vez mais nas teias da corte. Desprovida do apoio da família, e rodeada por um conselho que ela própria considera incapaz, é ainda confrontada com a presença ameaçadora de uma nova corrente militante da Fé. Como se desenvencilhará de um tal enredo? A guerra está prestes a terminar mas as terras fluviais continuam assoladas por bandos de salteadores. Apesar da morte do Jovem Lobo, Correrrio ainda resiste ao poderio dos Lannister, e Jaime parte para conquistar o baluarte dos Tully. O mesmo Jaime que jurara solenemente a Catelyn Stark não voltar a pegar em armas contra os Tully ou os Stark. Mas todos sabem que o Regicida é um homem sem honra. Ou não será bem assim?

É quando acabo de ler um livro destes que dou por mim a pensar no verdadeiro poder deste objecto - um conjunto de páginas impressas com letras. É quando acabo de ler um livro destes que verdadeiramente me apercebo de repente que adoro ler, porque é um meio de chegar um fim que nunca de outra maneira conseguiria alcançar. O Mar de Ferro, oitavo volume das Crónicas de Gelo e Fogo de George R. R. Martin, é fantasia tornada realidade. De se tirar o chapéu.

O Mar de Ferro é sofrimento, é torcermos por personagens, é vermos as seis faces de um cubo ao mesmo tempo e não queremos que nenhuma dela desapareça da nossa vista, é a emoção da batalha, é a inteligência dos enredos das entrelinhas, é termos um mundo fantástico ao alcance de um pensamento, é fecharmos os olhos com força e pedir-mos silenciosamente «por favor, não que esta personagem se safe...».

O Mar de Ferro é de ferro, de sangue, de traição, de medo, de amor, de gargalhadas, de perigo... O Mar de Ferro, assim como toda a saga, é mais do que um típico livro de fantasia. Na minha opinião, é mais do que "A melhor fantasia dos últimos 50 anos". Às vezes existem aqueles livros que dizemos «aconselho-te», ou «gostei bastante». Eu não me vejo a aconselhar ou a dizer que gostei bastante deste livro - seria pouco.

SPOILERS: Sansa Stark, quero conhecer-te, dizer-te que tu e o pequeno Robert ficam muito bem juntos (embora muita gente odeie o senhor do ninho de águia, gosto dele). Cuidado com o Mindinho, não te fies completamente nessa proposta que te fez. Brienne, não sabes o quanto lamentei a tua morte, espero que repouses em paz como a cavaleira que foste. Cersei, confesso que não me atreveria a aproximar de ti, mas é bom ler-te à distância, e espero que te safes dessa alhada em que te meteste. Jaime, neste volume subiste na minha consideração, apesar de tudo fizeste bem em mandar queimar a carta, e embora continues a ser o Regicida, que a tua honra seja reconhecida um dia mais tarde. Samwell, fiquei desapontado quando quebraste os teus votos, embora reconheço que era quase inevitável não o fazeres. Arya, porque raio mataste o tal rapaz da patrulha da noite? Teres ficado apenas cega já foi uma grande sorte. Quero-te ajudar a ver o mundo a partir de agora. Qyburn, quero ver-te preso para sempre numa masmorra. E Randyll Tarly. E Euron. E Coração de Pedra. Odeio-vos, e ao mesmo tempo adoro-vos enquanto personagens.

George R. R. Martin tem este talento de nos ligar às personagens. É essa a verdadeira magia da saga. Não é só queremos saber quem ganhará o jogo dos tronos no fim: é também quem passou por ele até ao derradeiro vencedor. Mágico. Maravilhosamente bem escrito. Épico. Adorei.

Personagens Preferidas: SPOILERS: Sansa Stark (só um capítulo em todo o livro???), Cersei Lannister, Brienne de Tarth, Robert Arryn, Tommen Lannister. Todos, se possível.

Nota (1/10): 10

Tiago

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Uma pequena sugestão

Nome: Acheron
Autora: Sherrilyn Kenyon
Editora: Casa das letras
Páginas: 682
PPV: 18,90€
Sinopse: "Um deus nasceu há onze mil anos. Amaldiçoado num corpo humano, Acheron teve uma vida de sofrimento. A sua morte humana originou um horror indescritível que quase destruiu a Terra. Trazido de volta contra a sua vontade, tornou-se o único defensor da humanidade. Só que não foi assim tão simples...
Durante séculos, lutou pela nossa sobrevivência e escondeu um passado que não desejava revelar. Agora, tanto a sua sobrevivência, como a nossa, dependem da única mulher que o ameaça. Os velhos inimigos estão a despertar e a unir-se para matá-los - aos dois."

Eu mal tive conhecimento desta obra, fiquei imediatamente com vontade de o comprar. Nunca tinha ouvido falar do título nem da autora - para ser muito sincera. E já o adicionei à lista dos livros que quero ter! E vocês, ficaram intrigados com esta obra tanto como eu? Desejam obtê-la ou simplesmente lê-la?

Boas leituras!

Sara

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Goodreads!


O Goodreads é um site que descobri há uns tempos, dedicado a leitores, e do qual me tornei fã logo pouco tempo depois! De forma básica, permite - após criar uma conta - criar uma base de dados de todos os livros que lemos e tencionamos ler, servindo assim para organizarmos as nossas longas (ou não) listas. Muito útil, confiem! Graças a ele descobri que ao longo da minha vida já li 85 livros, número que não fazia ideia antes de ir adicionando um a um todas as leituras que já fiz. E que tenho 27 livros em lista de espera para serem lidos...

Tanto eu como a Sara já temos conta, e a Patrícia vai criar uma em breve (quando criares, Patrícia, edita o post e adiciona o teu perfil). Se nos quiserem seguir como friends (amigos), aqui estão os links para as nossas contas: do Tiago e da Sara.

Boas leituras, com este nova ferramenta para as organizarem!

Tiago

PS: Muito em breve, vamos divulgar quais serão as iniciativas (entrevista exclusiva, crónicas, e passatempo) para o mês de Março do Lydo e Opinado!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Novidade da Semana - O Dardo de Kushiel

Título: O Dardo de Kushiel
Autora: Jacqueline Carey
Editora: Saída de Emergência
Nº de Páginas: 400
Preço Editor: 19,85€

Sinopse: TERRE D'ANGE é um lugar de beleza sem igual. Diz-se que os anjos deram com a terra e a acharam boa... e que a raça resultante do amor entre anjos e humanos se rege por uma simples regra: ama à tua vontade. Phèdre é uma jovem nascida com uma marca escarlate no olho esquerdo. Vendida para a servidão em criança, é comprada por Delaunay, um fidalgo com uma missão muito especial... Foi, também ele, o primeiro a reconhecê-la como a eleita de Kushiel, para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só. Phèdre é adestrada nas artes palacianas e de alcova, mas, acima de tudo, na habilidade de observar, recordar e analisar. Espia talentosa e cortesã irresistível, Phèdre tropeça numa trama que ameaça os próprios alicerces da sua pátria. A traição põe-na no caminho; o amor e a honra instigam-na a ir mais longe. Mas a crueldade do destino vai levá-la ao limite do desespero... e para além dele. Amiga odiosa, inimiga amorosa, assassina bem-amada; todas elas podem usar a mesma máscara reluzente neste mundo, e Phèdre apenas terá uma oportunidade de salvar tudo o que lhe é mais querido.

Já há muitos meses que oiço falar deste livro, mas só este mês é que saiu para o mercado editado na nossa língua portuguesa, pela Saída de Emergência. É considerada uma fantasia sofisticada, e um bocado gráfica (explícita) em vários aspectos. A Canochinha, do Estante de Livros, leu-o o ano passado em inglês e gostou bastante dele. Foi a primeira vez que ouvi falar do livro. Fiquei muito contente quando soube que a Saída de Emergência o ia editar, ainda por cima para a colecção BANG!, que é muito boa.

Já o adicionei à lista, e tenho a sensação de que o irei adquirir na Feira do Livro de Lisboa, daqui a uns meses. Estou muito curioso, e expectante, com a fasquia elevada.

Tiago

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Crítica - Soneto já Antigo e outros Poemas

Título: Soneto já Antigo e outros Poemas
Autor: Álvaro de Campos [Fernando Pessoa]
Editora: ÁTICA
Nº de Páginas: 57
Preço Editor: 1€ (com o jornal i)

Sinopse: Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lágrimas (autênticas) nos olhos,
deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco, àquele
Pobre que não era pobre, que tinha olhos tristes por profissão.

Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!

Tanto «A Mensagem» como «O Guardador de Rebanhos» já me tinham ensinado a lição de que um livro de poesia não é só um conjunto de poemas avulsos colocados de enfiada em páginas seguidas, a sucederem-se uns aos outros sem qualquer ligação. Não. Há obrigatoriamente uma coisa que os une: o sujeito poético. E depois temos os livros bons, que acrescentam ainda mais: a carga emocional toda, em crescendo ou aos altos e baixos; o que passa para lá do papel e nos projecta imagens na cabeça.

Tanto o Soneto já Antigo como todos os outros poemas deste «Soneto já Antigo e outros Poemas», do heterónimo de Fernando Pessoa - Álvaro de Campos - tem esta carga associada. O livro é muito pequenino, mas para se ler devidamente não se demora meia-hora. Poesia não é mais fácil de entender do que prosa, falo por mim, e tenho de ler duas ou três vezes cada verso (por vezes) para conseguir absorver todo o seu significado.

Álvaro de Campos retrata-se neste livro como uma pessoa que tem saudades, e pena do seu presente. «Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa», «Aniversário» e «Poema em Linha Recta» são alguns dos principais poemas que lhe traçam a personalidade. O «Soneto já Antigo», que dá título ao livro, tem igualmente uma importância fulcral na caracterização desta personagem - e é muito bonito.

Fernando Pessoa - ou Álvaro de Campos - está de parabéns por estas criações poéticas, por esta força que dá às palavras, por esta história em linha recta contada aos solavancos. Ainda bem que tenho mais seis dele na estante à espera de serem lidos.

Nota (1/10): 8 - Muito Bom

Tiago

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

[Crónica] O que é um bom livro? - Patrícia

Um bom livro tem de ter um enredo cativante. A história, acompanhada por personagens bem construídas, um cenário onde o objectivo da obra se consiga realizar ou onde se desenvolva a maior parte dela e onde se possa entender a ideia do autor.

E aí está um aspecto que tem de ser tido em conta. A ideia do autor é muito importante. Todos os escritores têm a sua maneira de abordar determinado assunto e de o transmitir. Ter vários livros que abordam a mesma temática é uma boa forma de identificar e tentar perceber de que maneira um bom livro pode ser classificado. Para mim, esse é o princípio de uma boa crónica.

Quando tento classificar alguma obra, tenho de imediato esse aspecto em conta. Com a quantidade de obras de qualidade existentes no mercado literário, torna-se mais fácil avaliar tanto a escrita do autor, como o livro em si.

Patrícia

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Crítica - O Festim dos Corvos


Título: O Festim dos Corvos
Autor: George R. R. Martin
Tradutor: Jorge Candeias
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 423
Preço Editor: 18,85€

Sinopse - Spoilers: «Continuando a saga mais ambiciosa e imaginativa desde O Senhor dos Anéis, As Crónicas de Gelo e Fogo prosseguem após o violento triunfo dos traidores.
Enquanto os senhores do Norte lutam incessantemente uns contra os outros e os Homens de Ferro estão prestes a emergir como uma força implacável, a rainha regente Cersei tenta manter intacta a força dos leões em Porto Real. Os jovens lobos, sedentos por vingança, estão dispersos pela terra, cada um envolvido no perigoso jogo dos tronos.
Arya abandonou Westeros rumo a Bravos, Bran desapareceu na vastidão enigmática para além da Muralha, Sansa está nas mãos do ambicioso e maquiavélico Mindinho, Jon Snow foi proclamado comandante da Muralha mas tem que enfrentar a vontade férrea do rei Stannis e, no meio de toda a intriga, começam a surgir histórias do outro lado do mar sobre dragões vivos e fogo...»

Este festim dos corvos não foi bom só para as aves referidas: acho que os leitores também se deliciaram com o sétimo volume das Crónicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin. Eu pelo menos saí muito bem servido, e gostava de ser convidado mais vezes para estes banquetes. Tenho de escrever a crítica rápido porque estou quase a partir para o Mar de Ferro, e daqui a pouco já não apanho o barco. Brincadeira à parte: adorei este livro.

A maior parte das críticas que li pela internet acerca d' O Festim dos Corvos denotavam desilusão. Diziam que não deixava de ser bom, mas que baixava um pouco o nível. Talvez por esta mesma razão, de não ir com o ânimo muito elevado, a leitura acbou por se revelar uma surpresa. É bom surpreender-me constantemente com os meus autores preferidos. A renovação do leque de personagens que acompanhamos foi uma lufada de ar fresco, que na minha opinião só vai dar mais fôlego à história. Acho que gosto dos volumes assim mais parados de Martin.

Spoilers: Das personagens novas que passámos a acompanhar, um destaque grande da minha parte para Cersei Lannister. A rainha surpreendeu-me, e muito! Foi com ela que mais me diverti no livro, não houve nenhum capítulo em que evitasse rir-me dos seus pensamentos contrários ao que dizia. É uma pessoa pérfida, mas enquanto leitor senti grande facilidade em ler os seus capítulos. Prefiro ver a Corte pelos olhos dela que pelos de Jaime, que estava um bocadinho fraquinho neste volume.

Quanto a Brienne, inicialmente gostei de ler os seus capítulos, mas depois fui perdendo o ânimo com ela, aos poucos. Espero que melhore no próximo volume, porque enquanto personagem é muito boa - os seus capítulos é de deixam a desejar.

As irmãs Stark - poucos capítulos, mas bons. Adoro a Sansa enquanto personagem, e vê-la junto ao Mindinho nos capítulos é ainda melhor. Arya Stark não gosto tanto, mas quem melhor para explorar território desconhecido, como Bravos? Gostei de Samwell, achei os capítulos muito completos e viciantes.

Os pontos de vista das ilhas de ferro e de Dorne foram muito bem conseguidos, relatados sempre por personagens diferentes, conseguimos ter uma visão maior do prisma. Conhecemos finalmente Dorne (queria fazê-lo há muito), e de forma simples e bem conseguida é-nos relatado os acontecimentos nestas duas áreas geográficas.

E.... senti saudades da Daenerys, do Tyrion, e do Bran. Do Jon Snow nem por isso. Estou muito bem sem Jon Snow, aliás.

Quero realçar o excelente trabalho de Jorge Candeias na tradução; acredito que esta saga exija dedicação por parte de um tradutor, visto que tem muitas expressões e nomes de lugares e terras com significados em inglês e que ao traduzir possam perder força... à parte de duas trocas de nomes julgo que por lapso num ou outro capítulo, nada a assinalar. Parabéns!

O Festim dos Corvos é um volume de pausa, para pensar com calma em tudo o que aconteceu e que está para acontecer. A descrição dos ambientes, vida na corte, viagens por terra e por mar, as personagens perfeitamente construídas, as relações de amizade e ódio que criam com o leitor... esta saga de fantasia está ao rubro, e este volume foi uma muito boa surpresa. Que o festim continue no mar de ferro, para onde vou viajar já de seguida.

Personagens Preferidas: Cersei Lannister, Aeron Greyjoy, Sansa Stark, Samwell Tarly, Areo Hotah...

Nota (1/10): 9 - Excelente

Tiago

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A Tormenta de Espadas - Crítica

Nome: A Tormenta de Espadas
Autor: George R. R. Martin
Editora: Saída de Emergência
Tradução: Jorge Candeias
Páginas: 538
Sinopse [contém spoilers, quem quiser ler, basta seleccionar o texto]: "Os Sete Reinos estremecem quando os temíveis selvagens do lado de lá da Muralha se aproximam, numa maré interminável de homens, gigantes e terríveis bestas. Jon Snow, o Bastardo de Winterfell, encontra-se entre eles, debatendo-se com a sua consciência e o papel que é forçado a desempenhar.
Todo o território continua a ferro e fogo. Robb Stark, o Jovem Lobo, vence todas as batalhas, mas será ele capaz de vencer as mais subtis, que não se travam pela espada? A sua irmã Arya continua em fuga e procura chegar a Correrrio, mas mesmo alguém tão desembaraçado como ela terá dificuldade em ultrapassar os obstáculos que se aproximam.
Na corte de Joffrey, em Porto Real, Tyrion luta pela vida, depois de ter sido gravemente ferido na Batalha da Água Negra, e Sansa, livre do compromisso com o rapaz cruel que ocupa o Trono de Ferro, tem de lidar com as consequências de ser segunda na linha de sucessão de Winterfell, uma vez que Bran e Rickon se julgam mortos.
No Leste, Daenerys Targaryen navega na direcção das terras da sua infância, mas antes terá de aportar às cidades dos esclavagistas, que despreza. Mas a menina indefesa transformou-se numa mulher poderosa. Quem sabe quanto tempo falta para se transformar numa conquistadora impiedosa?"

Posso começar, desde já, a dizer que cada capítulo desde livro me prendeu a respiração até ao último segundo. Houve alturas em que me apeteceu chorar, outras em que me apeteceu rir e outras até que me apeteceu bater nas próprias personagens.

SPOILERS: Há que frisar que, apesar de sempre ter achado Sansa uma rapariga... parva, até acabei por ter alguma pena dela ao longo do livro. Todos os seus sonhos cor-de-rosa, que já se tinham desvanecido há muito, voltavam agora em força, na hipótese de uma fuga para o Norte. No entanto, todos estes caem em terra quando os Lannister, mais uma vez, se metem no seu caminho.

Ao longo do livro assiste-se a um gradual - mas intenso - crescimento das personagens, sobretudo das mais novas como, por exemplo, [SPOILERS]: Robb Stark e Jon Snow. Robb tornou-se num jovem apaixonado, enganado pelo coração. E Jon num jovem aprisionado a uma decisão. Quando a toma, acaba por abandonar a única rapariga que eu alguma vez apoiei que ficasse com ele.

Daenerys quase que me arrancou o coração pela boca, mas acabou por me surpreender pela positiva, tal como esta personagem sempre o fez.

Capítulos de personagens nunca antes narradas são inseridos neste livro e acabamos por ter uma visão mais ampla de tudo o que se passa nos Sete Reinos, tanto da parte dos bons, como da parte dos maus.

Chegando ao fim deste livro, fiquei bastante intrigada com o rumo que a história está a tomar. Esta desenvolveu-se bastante e criou muitas perguntas na minha mente. Dá vontade de agarrar já no próximo e começar a ler. E, tal como todos os outros, foi emocionante até à última página.

Personagens favoritas: [SPOILERS] Jaime Lannister, Jon Snow, Davos Seaworth, Tom Sete-Cordas e Anguy.

Nota: 9/10 - Excelente

Sara

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

As Crónicas de Spiderwick


















[Foto da minha autoria]

As Crónicas de Spiderwick, de Tony DiTerlizzi e de Holly Black, foi uma das sagas que marcou o começo das minhas rotinas de leitura. Li o primeiro volume dos cinco com onze anos, e gostei tanto dele que comprei os restantes e os acabei de ler no ano seguinte, se não me engano. A verdade é que As Crónicas de Spiderwick, posteriormente adaptadas para cinema, são uma saga infantil/juvenil muito interessante.

Ilustrada no interior, com letras grandes e com volumes que pouco passam das 100 páginas. A saga conta a história dos três irmãos Grace, que mudam de casa para uma região que não conhecem, e rapidamente se apercebem de que se encontram numa zona onde seres mágicos podem existir. Ao longo dos volumes, a história vai-se desenvolvendo, e as evidências passam a ser cada vez maiores. Como lidam eles com a situação? Ler para ver!

Se tem um filho, sobrinho, neto, ou simplesmente uma criança entre a faixa etária dos 8 e os 12 anos entre os seus amigos ou filhos de amigos, esta saga pode ser uma excelente opcção. Na altura adorei, e tenho a certeza que a grande maioria das crianças também gostará. Muito fácil de ler, uma introdução à fantasia, e às leituras :) Além de que as capas são lindas!

Tiago

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Novidade da Semana - Barbershop

Título: Barbershop
Autor: Júlio Conrado
Editora: Editorial Presença
Nº de Páginas: 240
Preço Editor: 14,90€

Sinopse: Lisboa, Cascais e a ilha da Armona, em Olhão, delimitam o espaço geográfico em que decorre esta narrativa labiríntica protagonizada por uma pitoresca galeria de poetas, livreiros, críticos literários, barbeiros e viúvas, no tempo da nossa contemporaneidade. Num estilo sugestivo, deliciosamente irónico, o autor faz-nos participar, com gosto, nos quotidianos entrecruzados de F. F., o poeta taciturno eterno candidato ao Nobel da literatura; Diamantino Neto, o típico barbeiro de bairro que sonha com os louros da glória ou Rogélio Bordalo, um arrivista caçador de viúvas ricas, entre outras figuras. Gente conformada? Sim, mas não completamente. Dias pouco épicos, talvez felizes, os destas personagens, mas o amor, a avidez e a vingança entram também em cena, e o crime imperfeito acaba por deixar um rasto de tragédia no quintal sossegado.

Este livro tem todos os elementos para ser do género pelo qual me sinto cativado. Não parece ter um enredo fixo ou épico - o que gosto. Por vezes é bom deixarmo-nos apenas levar pelo quotidiano, fazendo intervalos em enredos complexos e emocionantes. Barbershop parece-me um livro calmo, representador do dia-a-dia sempre normal... e o que imagino ao ler a sinopse e a a olhar para a capa é que vou adorar esta obra.

Não conhecia o autor nem de nome. Mas desde logo a capa me intrigou (a editora está de parabéns por esta capa, que adoro). E sinto vontade de entrar ali e conhecer as personagens, sentar-me no fundo da barbearia e ouvir as conversas. É tão bom quando os livros fazem sonhar ainda antes de sequer os abrirmos.

A ler, sem dúvida. Saiu para as livrarias a semana passada, e daqui a uns tempos vai sair para a minha estante.

Tiago

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

[Crónica] O que é um bom livro? - Sara


Bons livros existem muitos. No entanto, quais são os critérios que utilizamos para classificar um bom livro? Penso que, primeiro que tudo, está o nosso gosto pessoal. Um livro que é bom para uma pessoa não precisa de ser, necessariamente, bom para outra. Penso que as mentalidades também mexem um bocado nos critérios. Se calhar, há uns anos atrás, todos estes livros sobre vampiros não seriam considerados grande coisa. Ou, se calhar, até seria ao contrário. Actualmente, as histórias são todas tão semelhantes ou clichés, que as pessoas nem sequer têm vontade de pegar nos livros. Quando o assunto não estava tanto em voga, talvez houvessem mais curiosos e não saturados pelo assunto.


Mas, sabendo que já estou a divagar, afinal o que é um bom livro? Pessoalmente, um bom livro para mim é aquele que me apetece voltar a ler. Ou então aquele que tem uma continuação e que me deixa cheia de curiosidade para ler o próximo. Ou até aquele que mudou a minha vida e muitas maneiras de pensar. E talvez também seja aquele que alguém me emprestou e que, depois de o ler, me apetece comprar para o ter na minha estante.

É muito mais fácil caracterizar um livro que não é bom.

As boas histórias, as lágrimas, os sorrisos, as emoções fortes... Para mim, um bom livro tem que ter estes ingredientes. Mas algo me diz que falta alguma coisa... O que é um bom livro? Algo difícil de explicar mas fácil de sentir.

Fotografia: Rodrigo Molina


Sara

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Resultados do passatempo «Pegunta ao Pó»!


Chegou a manhã dos resultados do passatempo! O passatempo decorreu com normalidade, e foi bastante a aderência por parte dos visitantes do Lydo e Opinado - 113 participantes! Digo-vos sinceramente que não tinha estado estado à espera de um número superior a 50 participações... 113! Muito, muito obrigado a todos! O número de visitas ao blog, desde quinta-feira até ontem foi muito superior aos números que costumamos ter - sexta-feira, inclusivé, batemos o record absoluto de visitas ao blog: 139!

Chegou o momento de anunciar o vencedor. Sorteado entre todos os que acertaram as respostas, e usando este sistema aleatório de escolha de números, o vencedor é....

João Pimentel, de Sacavém!

João, a tua morada vai ser dada à editora para que te enviem o livro por correio. Também te vamos contactar por email, para mais pormenores. Muitos parabéns - e desejo-te boas leituras com este livro!

Quero novamente agradecer à AHAB Edições, pois sem ela o passatempo não teria existido. Muito sucesso no vosso futuro, é o que vos desejo!

Quanto a todos os outros, aposto que ficaram intrigados com esta obra. Eu próprio a tenciono comprar para mim brevemente! Obrigado por visitarem o Lydo e Opinado; pode ser que brevemente tenhamos mais passatempos...

Tiago

domingo, 7 de fevereiro de 2010

[Crónica] O que é um bom livro? - Tiago

O que é, afinal, um bom livro? Será que existe uma resposta única...? Não. Existem muitas respostas, tantas quanto o número de pessoas que gostam de ler em todo o mundo. Eu próprio, que sou apenas um ser humano, tenho várias. E é possível que me vá contradizer, visto que neste tipo de matérias é enquanto desenvolvemos o raciocínio que nos aproximamos daquilo que realmente achamos. Estou a ser confuso? Adiante.

Um bom livro para mim é aquele no qual pego porque o quero ler, e não porque penso «tenho de despachar este para passar ao próximo». É importante ser por iniciativa própria que pegamos num livro. É importante querermos lê-lo.

Uma boa maneira de saber se estamos na presença de um bom livro é olharmos para a página em que estamos. Se for o número imediatamente a seguir à última página que confirmámos... então está a ser um bocado chato. Pelo contrário, se quando olhamos para o número da página e já passamos umas seis desde a última vez que tínhamos conferido isso... então estamos na presença de um bom livro, sem dúvida!

Um livro bom é também aquele que não só nos agarrar durante o tempo em que o lemos, como mesmo depois de o termos acabado continua na nossa cabeça, e apetece reler (mesmo que não arranjemos ânimo para o fazer, continua a apetecer).

Num bom livro sofremos pelas personagens, como se fossem pessoas normais que se tornaram nossos amigos. Quando temos de parar de ler, ficamos preocupados a pensar no que irá acontecer. Queremos entrar lá dentro e salvar uma personagem em perigo.

Um bom livro transmite emoções: faz-nos rir (acontece-me muitas vezes), chorar (nunca o fiz, infelizmente...), prender a respiração, aumentar o ritmo do coração... faz-nos sentir os cheiros no ar, faz-nos ver todo um ambiente, transporta-nos para uma época e um cenário longe da nossa realidade.

Depois desta divagação, concluo por fim que um bom livro... é um livro bom. Um bom livro é o que todos os livros deviam almejar ser, é os escritores querem alcançar. Um bom livro tem o poder de nos agarrar, e fazer sonhar: é, aliás, por esta razão que leio. Já agora, notaram que cheguei ao fim e não acrescentei nada de novo ao que toda a gente já sabe? Isto é complicado.

Tiago
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Amanhã de manhã, não percam aqui no blog o resultado do passatempo. Hoje é o último dia em que podem participar. Força!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Nome do Vento - Primeiras 100 páginas


Depois de ler as primeiras páginas, e tal como prometido, aqui está a minha impressão quanto a esta obra. Não demorei muito para ter uma opinião quanto a este livro, foi bastante fácil avaliar este pequeno começo. E digo pequeno pois, para quem conhece minimamente este livro, sabe que é bastante extenso.

Patrick Rothfuss é oficialmente uma grande surpresa para mim. Li algumas críticas construtivas quanto a este livro mas nada se assemelha a desfolhar cada página e acompanhar a história. Primeiro, trata-se de uma escrita sem grandes floreados, bastante directa, tem peripécias divertidas, consegue prender o leitor sem o levar a divagar. O tipo de escrita de Patrick Rothfuss é o melhor que já li. Consegue ultrapassar nomes como George R.R. Martin, Juliet Marillier, Tolkien, e apenas me refiro ao tipo de escrita.

Quanto às personagens, só tenho a mencionar a forma fantástica como joga com o pouco elenco que tem ( pelo menos do que li) . O Cronista é uma personagem deliciosa. Quando apareceu pela primeira vez, e assim que li o seu capítulo, estava mais do que decidido e resolvido na minha cabeça que o teria de referir na minha opinião. E Kvothe... Que posso dizer desta personagem? Absolutamente fabulosa, nenhum defeito a apontar. Extraordinariamente bem construída.

"O Nome do Vento" é para mim a obra que todos os escritores desejariam redigir. Continuarei a dar a minha opinião se assim o quiserem, basta que deixem uma pequena referência no vosso comentário. Para quem está a ler e quem já leu, espero que tenham apreciado e continuem a apreciar esta maravilhosa obra do Senhor Patrick Rothfuss.

Patrícia

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Passatempo - Pergunta ao Pó


Chegou o dia do passatempo! A AHAB Edições disponibilizou amavelmente um exemplar de uma das suas obras, «Pergunta ao Pó», de John Fante. Este é o primeiro passatempo deste género no Lydo e Opinado, daí estarmos muito gratos à editora. Tu, que estás a ler isto, podes muito bem vir a ser o dono deste livro! Para isso, basta responderes às três simples perguntas do formulário abaixo, e o vencedor será sorteado entre os que acertarem as respostas (duvido que alguém tenha dificuldades em responder...).

Podem encontrar as respostas num post antigo aqui do blog sobre a editora, carregando AQUI.

É importante sublinhar que os dados que fornecerem no formulário (Nome, Morada e Email) durante todo o processo se irão manter privados: os do vencedor serão fornecidos à editora para posterior envio do livro por correio; os dados de todos os outros participantes serão apagados logo após o passatempo - estão seguros, portanto. De realçar que só aceitamos uma participação por pessoa, e por residência.

O passatempo começa a partir deste momento, e decorre até às 23:59h de Domingo. Divulguem. Esta é uma obra a não perder!


TERMINOU O PRAZO!

Passatempo - «Pergunta ao Pó» (Mais logo...)

Não percas mais logo, aqui no Lydo e Opinado, o começo do passatempo «Pergunta ao Pó». Fica atento ao fim da tarde!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Entrevista Exclusiva à AHAB Edições!

Mais um primeiro dia do mês, mais uma entrevista exclusiva do Lydo e Opinado: desta vez a uma editora. Recentemente criada, e com obras de grande qualidade já lançadas no mercado (carregar aqui para ver um outro post acerca dela), a AHAB Edições disponibilizou-se a responder às perguntas da equipa do blog, sempre de forma atenciosa - e até, imagine-se, a ceder um exemplar do «Pergunta ao Pó», de John Fante, para passatempo no blog. O passatempo deixamos para quinta-feira o seu começo, porque hoje é dia de entrevista! Queríamos agradecer à editora, pela atenciosidade prestada; e a todos os leitores do Lydo, por nos visitarem assiduamente!

1. Quando e onde surgiu a ideia de criar a editora AHAB? Ou foi uma coisa premeditada ao longo do tempo?
R: A ideia da editora nasce, em grande medida, da exaltação da leitura. Poderia tentar explicá-lo de forma mais detalhada, mas a verdade é que foi algo que simplesmente aconteceu. Do mesmo modo que os escritores escrevem aquilo que gostariam de ler, os editores, sobretudo de literatura, também editam aquelas vozes que consideram culturalmente relevantes e que gostariam de ler e de dar a ler no seu idioma. É um pouco isso.
2. O objectivo da editora é editar grandes obras estrangeiras nunca publicadas em Portugal. Quão ambicioso é o projecto?
R: A nossa política editorial passa, fundamentalmente, por fazermos uma revisão do cânone. Ou seja, por publicarmos aquelas obras cujos méritos literários e culturais são reconhecidos pelos leitores, pela crítica e pelos próprios escritores. Como é bom de ver, há pelo menos duas limitações aos livros que pretensamente desejaríamos editar. Não se poderá tratar nem de uma obra já publicada por outra editora portuguesa nem de uma obra cujos direitos são inalcançáveis. A boa notícia é que ainda há muita coisa interessante por publicar.
3. Qual é o significado no nome da editora e do símbolo - o capitão de um navio?
R: O nome da editora inspira-se no Ahab, o capitão da embarcação no romance “Moby Dick”, de Herman Melville, que anda 600 e tal páginas atrás de uma baleia. Já dá para perceber que se trata de um tipo ligeiramente obcecado e que não desiste ao primeiro temporal. Pareceu-nos uma bela imagem da atitude que um editor deve ter perante um grande livro.
4. Criar uma editora é um projecto que exige um investimento monetário bastante considerável… em tempos que toda a gente fala como de crise, não é algo arriscado?
R: Como li algures, o maior risco é não correr riscos.
5. As três obras iniciais: «Pergunta ao Pó», «A Ilha», e «Pudor e Dignidade». Escolheram-nas como primeiras por alguma razão específica?
R: Para além de serem obras com alma, que nos fizeram vibrar muitíssimo enquanto leitores e que, apesar das suas diferentes moradas, têm todas um lugar na grande e infinita casa da literatura, eu diria que não.
6. Gostaríamos de saber como é o processo de edição que utilizam. Que passos são dados desde que o texto chega aí, até chegar posteriormente às livrarias?
R: Sem entrar em detalhes demasiado maçadores, o trabalho do editor consiste em saber vender os livros que publica. Há várias maneiras de o fazer. A nossa passa por investirmos na qualidade literária dos títulos que publicamos e, bem assim, pelo cuidado depositado nos aspectos críticos da edição como a tradução, a revisão e o design.
7. De entre as obras que pretendem editar, existe alguma que vos tenha "escandalizado" mais por nunca ter sido editada cá?
R: Creio que não se poderá dizer que “O Pergunta ao Pó”, do Fante, ainda seja um segredo bem guardado ao fim de 80 anos. Mas a verdade é que nunca foi editado por cá e isso para nós foi uma oportunidade única. O Arturo Bandini é uma personagem maior do que a vida, de panteão, daquelas verdadeiramente inesquecíveis. E o estilo do Fante, como diz o Bukowski, é emoção total.
8. Podem-nos adiantar o nome de mais alguns autores que pretendem editar no futuro?
R: A 25 de Março publicaremos o clássico “The Prime of Miss Jean Brodie” da Muriel Spark”. Ainda na mesma data sairá o “Winesburg, Ohio”, o título mais aclamado de Sherwood Anderson, um autor que teve uma influência enorme em Hemingway, Faulkner, John Updike, Raymond Carver, entre outros. Cerca de um mês mais tarde, a 22 de Abril, chega a vez do norueguês Kjell Askildsen e de uma antologia de 13 contos intitulada “A Sudden Liberating Thought”, que foi o título com que o Kjell, já então aclamado pela crítica, conquistou a atenção dos leitores. Já em Maio, no dia 20, lançaremos a derradeira obra de William Gaddis, um vulto da ficção americana muito apreciado por Lobo Antunes, com o título de “Ágape, Agonia”.
9. Quem pensam que em Portugal se aproxima de um género internacional?
R: Confesso que não sei bem o que é um género internacional. Acho que tudo se resume a bons e maus livros. E, bem vistas as coisas, um bom livro é um bom livro em qualquer parte do mundo e um mau livro é um mau livro em qualquer parte do mundo também. Dito isto, não tenho dúvidas de que há muitos livros de autores portugueses que são bons em qualquer parte do mundo. Não quero estar a fulanizar, mas parece-me que, entre muitos outros, tanto o Lobo Antunes como o Saramago são escritores com maiúscula.
10. O que é para vocês é bom um escritor?
R: Morreu por estes dias o J. D. Salinger, autor do celebérrimo “Catcher in the Rye”. Holden Caulfield, a carismática personagem, dizia que bom mesmo é o livro que, depois de acabarmos de o ler, nos faz desejar que o autor que o escreveu seja um grande amigo nosso e lhe possamos telefonar sempre que nos apetecer.
11. O Lydo e Opinado achou muito original não só o design das vossas capas, como a inclusão do nome do tradutor na mesma. Acham que é algo importante?
R: Sem o trabalho criativo dos tradutores não poderíamos ler os livros no nosso idioma, não é assim? Eu creio que os melhores são aqueles que, em caso de conflito insanável, optam por ser infiéis à letra para serem fiéis ao espírito. De maneira que pôr o nome do tradutor na capa é uma espécie de condecoração pelo esforço e delicadeza de mão. 
Quanto ao design, o que está no interior do livro é o que verdadeiramente conta. Mas, claro, deve haver uma harmonia entre o que a capa deixa antever e as emoções que latejam no seu interior.
12. Pretendem globalizar a vossa editora, a longo prazo?
R: Cada livro que publicamos é já um itinerário, uma viagem mental. Bom truque, não lhe parece?
13. Têm algum conselho para jovens escritores? O que precisam de fazer para terem sucesso junto das editoras?
R: Escreverem bem e terem alguma coisa a acrescentar ao que já foi dito antes – todos os grandes livros são um diálogo com os autores do passado. E depois, se isso for aquilo que querem realmente fazer, serem mais severos do que ninguém com o seu próprio trabalho e não desistirem à primeira rejeição.
14. Têm algum lema? Algo indispensável na escolha de livros e escritores?
R: Não fazer concessões a modas e publicar livros que estejam vivos ainda que os autores que os escreveram estejam mortos.

Aqui está, então, mais uma entrevista exclusiva aqui do blog. Esperemos ter cativado os leitores a lerem uma obra desta editora, tão recentemente criada e que já promete tanto. Parabéns à AHAB e muito boa sorte no futuro do vosso projecto! Quinta-feira, aqui no blog, daremos início ao passatempo - quem leu a entrevista e ficou curioso, não poderá deixar de participar!

A Equipa do Lydo e Opinado
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