segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Crítica - Hear the Wind Sing

Título: Hear the Wind Sing
Autor: Haruki Murakami
Tradutor: Alfred Birnbaum
Editora: Kodansha English Library
Nº de Páginas: 130
Preço Editor: $25.99 (aproximadamente 19€)

Sinopse: «The first book in the "Trilogy of the Rat" series, it is followed by Pinball 1973 (1979) and A Wild Sheep Chase (1982). The writer recalls the days of his early twenties. The biology student passed his summer vacation aimlessly back at his home town. There are episodes about his childhood and his three girls whose names and faces have long been forgotten. Amid the bar scenes of cigarettes, french fries and beers, there was still extra space for his favourite author and the chunks of his philosophies. Hear the Wind Sing was never released in any English-speaking countries, but a translation was sold in Japan as a way to improve one's English reading skills, complete with a glossary in the back with the harder words defined in Japanese.»

Quem já leu Haruki Murakami conhece bem o estilo deste autor - os seus romances surreais que envolvem o quotidiano japonês, um narrador masculino, personagens femininas misteriosas que desaparecem, gatos, música ocidental, refeições, reflexões acerca da escrita, a simplicidade da história contada numa linguagem acessível e ao mesmo tempo filosófica. Quem já leu Murakami conhece o estilo: Hear the Wind Sing é a sua primeira obra, e neste livro vê-se o estilo de Murakami em bruto.

É difícil explicar o meu ponto de vista, mas vou tentar: Murakami começou a escrever aos trinta anos. Nesta sua primeira obra, revela ao mundo a sua forma de escrever muito peculiar, sem no entanto a ter aperfeiçoado e trabalhado. É o estilo dele como matéria prima, é o nascimento do estilo na sua forma mais fria e radical. De tal forma que não consegue agarrar o leitor como o faz em livros posteriores.

O livro tem todos os elementos Murakamianos de que falei anteriormente, mas sendo a sua primeira obra achei a língua um pouco fria, e embora tenha tido momentos bem conseguidos, noutros criou pouca relação com o leitor. Capítulos muito pequenos e sucintos, cenas rápidas que quando começamos a gostar já acabaram. Muito entrecortado.

Agora os pontos positivos: porque apesar de me ter desiludido um pouco, o problema foi meu. Ninguém me mandou encomendar este livro. Haruki Murakami pediu para que as duas primeiras obras não fossem reeditadas para lá do Japão, porque considerava a sua escrita muito primária. Ele avisou-me... mas eu não dei ouvidos, comprei, e esperava uma obra-prima. É verdade. Este livro é o primeiro degrau daquele que é provavelmente o meu escritor favorito. mas foi bom lê-lo, para ver por onde começou ele!

Foi bom conhecer os lugares e as personagens, identificar elementos que se desenvolvem nos livros a seguir, ler as reflexões acerca da escrita. Um certo humor também presente. Uma obra primária, talvez, mas com grande significado para quem é fã de Murakami. É bom ver como tudo começou. Por isso, aqui fica uma dica: leiam este livro só depois de terem experimentado uns quantos do autor; e tenham em conta que o próprio pediu para não o reeditarem. Não estejam á espera de uma obra-prima, e vão gostar.

Provavelmente o mais soft dele, talvez porque não arrisca aproximar-se do leitor. Mas com apenas 130 páginas, lê-se num fôlego. Anteriormente tinha dito que não ia dar nota ao livro, por respeito simbólico ao autor: mas mudei de ideias, e resolvi quantificar o meu gosto, também.

Personagens Preferidas: A rapariga. E talvez o J.

Nota: 6 - Agradável

Tiago

1 comentário:

Jacqueline' disse...

Eu ainda tenho de ler muitos livros de Murakami até ler este, mas sinto que não deve ser de todo má ideia ver como ele começou.

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