sábado, 29 de janeiro de 2011

Crítica - Em Busca do Mapa Perdido


Título: Em Busca do Mapa Perdido
Autora: Isabel Ricardo Amaral
Editora: Livros do Brasil
Nº de Páginas: 356
Preço Editor: 17,67€

Sinopse: «Um mapa perdido… Um tesouro há muito esquecido… Um segredo muito bem guardado… À espera de ser desvendado… Embarca numa viagem alucinante, que te vai lançar numa vertiginosa e empolgante caça ao tesouro… Uma trilogia recheada de mistério e suspense que te vai arrebatar do princípio ao fim… Após os 700 anos da extinção dos Templários, eis que surge uma nova esperança...»


Estamos perante uma leitura que eu já tinha perdido a expectativa de realizar. Este livro, que se aproxima do formato de aventura juvenil, e que está destinado para uma faixa etária entre os 10 e os 14 anos, estava na minha Estante já há três anos, quando mo tinham oferecido num aniversário. Como no entretanto não tinha calhado eu o ler, e o tipo de leituras que gostava ultrapassou a idade para que este estava pensado, pensei que não o leria daqui por diante. Mas o acaso fez com que, a propósito da disciplina de Área de Projecto, convidasse a autora a vir à minha escola. E, para me preparar para a entrevistar, resolvi ler o «Em Busca do Mapa Perdido». Está, pois, explicado o contexto desta minha leitura.

Tendo em conta que é um livro infanto-juvenil, há que entender que a minha crítica vai ser influenciada inevitavelmente pelos requisitos automáticos que a minha faceta de leitor pede. E eu não lia um livro de aventuras juvenil há já mais de três anos. Deste ponto de vista, foi um regresso agradável e interessante a este tipo de literatura, que é tão ou mais importante que qualquer outro, por ter muitas vezes a árdua tarefa de conquistar públicos mais difíceis a gostar de ler.

O livro não se enquadra num género de história específico, e demorei um pouco a aperceber-me disso. Enquanto que as primeiras sessenta páginas são romance histórico, depois as história envereda por dois novos caminhos paralelos: mistério e investigação criminal, por parte de uma quadrilha perigosa que busca o tesouro dos templários; e drama e vivência familiar, por parte de uma mãe que vai de férias com dois filhos e um amigo.

Esta linha de história da família e dos jovens foi a que mais me agradou. A certo ponto eles têm de lidar com uma rapariga que é maltratada pela própria família, e a autora lidou com a questão de uma maneira interessante. Principalmente até metade do livro, este foco de acção está particularmente bem explorado, e a leitura é daquelas em que damos por nós a virar as páginas a um ritmo frenético. O discurso, sendo simples, não pede uma atenção particularmente grande, por isso avançamos rapidamente sem nos apercebermos.

Apesar da sensação agradável que foi ir avançando na leitura, sem momentos aborrecidos, devo confessar que a segunda metade deixou um pouco a desejar, principalmente em termos de realismo. Os jovens de 14 e 15 anos que desempenham o protagonismo do livro agem como se fossem muito mais velhos; pelo invés, os bandidos que também estão envolvidos parecem mais crianças que os próprios jovens.

A edição da Livros do Brasil, em termos de revisão de texto, mostrou-se um pouco pobre. Falhas em termos de vírgulas notaram-se principalmente no primeiro terço do livro. Mas como se trata de uma 1ª edição, não é assim tão grave.

Notou-se muito a preocupação de Isabel Ricardo Amaral em ensinar a história, as particularidades de cada terra, as curiosidades em relação a este e àquele ponto. Gostei deste esforço por cativar os jovens para o interesse da História nacional. As cenas referentes ao Castelo de Santa Maria da Feira, na minha opinião, foram talvez o ponto menos conseguido do livro, por se terem revelado demasiado cheias de pormenores na estrutura da planta do castelo. Foi, no entanto, uma leitura agradável, que li incrivelmente rápido, e que me divertiu e entreteu durante a semana que passou. A única coisa é que a li meio fora de tempo: devia tê-lo feito há 2 ou 3 anos... Estou entusiasmado para partir para a discussão da obra com a autora!

Personagens Preferidas: Sara.

Nota (0/10): 6 - Agradável.

Tiago

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