terça-feira, 6 de abril de 2010

Dracula - Um desafio

Fotografia tirada daqui.

Quando peguei no Dracula, nunca pensei que estivesse a pegar num desafio com as minhas próprias mãos. A verdade é que eu sempre quis experimentar ler um livro noutra língua, especialmente em inglês, mas ainda não tinha tido a oportunidade de o fazer. Agora que a oportunidade me tinha sido dada, estava bastante entusiasmada. No entanto, logo nas primeiras páginas, comecei a ficar desmotivada. Nunca pensei que fosse tão difícil ler algo noutra língua. Especialmente noutra língua em que falo fluentemente. Penso que as expressões mais clássicas são aquelas que eu tenho de ler cinco vezes para conseguir perceber. Expressões como «Hey guv'nor whata doin'?» Deparei-me com imensas dessas. E acho que foi isso que me atrasou mais.

Eu pretendia ler este livro em menos de um mês, coisa que não consegui fazer. Habituada a ler vinte páginas por noite, ao início lia apenas seis. Com a regularidade da leitura, passei para oito. E agora atinjo as dez. Mas nunca passo daí. É difícil tentar passar, sequer.

E vocês, já leram algum livro noutra língua? Se sim, qual? E como foi a experiência? Gostava de saber se sou a única que ficou surpreendida consigo própria.

Boas leituras!

Sara

9 comentários:

WhiteLady3 disse...

Leio com alguma frequência livros em inglês. Já não me lembro qual foi o primeiro, mas penso que era uma peça de teatro ou um conto, mas lembro-me de a minha professora dizer que, já que estamos mais habituados ao inglês falado (influência de filmes e música), talvez ajudasse começar a ler o texto em voz alta.

Apesar de ler bastantes, sempre que pego num livro que foi escrito no séc. XIX, como Jane Austen e Elizabeth Gaskell, tenho sempre alguma dificuldade e por acaso, sempre que leio uma parte mais díficil em voz alta, parece ganhar um outro sentido. Notei sobretudo com o livro North and South da Gaskell que, sendo um livro que mostra diferenças sociais na Inglaterra industrializada tem uma linguagem, tem partes do diálgo bastante únicas, quase num outro dialecto falado pelas classes operárias com menores conhecimentos. Nessa parte foi vital ler em voz alta para mim mesma.

Mas é claro que nem sempre isto funciona. Tentei ler livros em francês mas sem grande sucesso. Se calhar a culpa foi minha, os livros eram ensaios e biografias históricas, o que também não ajudava muito se o tema não era o meu favorito.

Acho que o melhor a fazer, quando se inicia leituras em línguas que não a nossa, talvez seja pegar em livros de leitura mais fácil, sejam romances contemporâneos, contos e até mesmo revistas. Parece que não mas pode dar alguma bagagem, em termos linguisticos, e só depois então passar para os clássicos em língua original. Jamais recomendaria começar por livros escritos em épocas anteriores, com uma distância de 100 anos, tal como nunca aconselharia começarem por Os Maias, se quisessem aprender português ou adquirir o gosto por autores portugueses.

Bia Carvalho disse...

Algumas vezes leio livros em inglês e já me aventurei uma vez em um e-book em espanhol.
Confesso que apesar de também ser fluente em inglês, me canso mais fácil. É normal, mas um ótimo treino para os enferrujados como eu!

Bjs

Jacqueline' disse...

Estou a deparar-me com esse problema com Club Dead de Charlaine Harris :)

Já tinha lido livros em ingles, mas mas não do tipo literário, tipo ensaios científicos etc. No entanto, este ao início custou-me um bocadinho, porque eu sou das pessoas que nao gosta de ver as palavras pelo contexto. Deste modo, sempre (e isto é mesmo sempre) que vejo uma palavra desconhecida, ja tenho a janela aberta no merriam-webster.

No início do livro, não conseguia ler uma página sem ir ao dicionário. Agora, já não preciso de ir com tanta frequência. Penso que a partir do momento em que entramos em sintonia com a língua, já não é tão difícil ler a um ritmo normal :)

Já agora, tenho de concordar com a WhiteLady, ler em voz alta ajuda sempre.

Mas ter um desafio é sempre interessante!

susemad disse...

Já li em francês e o ritmo de leitura baixou consideravelmente, pois deparava-me com algumas palavras desconhecidas em que tinha de consultar o dicionário.

Em inglês nunca me aventurei, apesar de ter alguns aqui por casa.

Ler noutras línguas que não a nossa é bom para desenvolver essas mesmas línguas, mas confesso que prefiro ler em português.

Ana C. Nunes disse...

Leio frequentemente em Inglês e normalmente não fico muito à nora, mas acredito que no teu caso tenha sido por ser um inglês mais arcaico e por ter esse tipo de escrita à qual não acho muita piada, que é tentar transcrever as fonéticas das diferentes formas de inglês (imagina transcreverem mara o papel o mirandês? Acho que não pescava uma).
Já por isso normalmente tento só ler em Inglês livros mais modernos e que saiba que não vão ter muito dessas coisas que me tiram um pouco do sério e fazem perder o gosto na leitura. Não quero dizer que só leio livros simples, mas não tendo essas complicações, até a escrita mais complexa parece ser mais fácil.
Tiveste pouca sorte, ao que parece.

Isabel Maia disse...

Em inglês já li 3 num registo mais arcaico: Dracula de Bram Stoker, Frankenstein de Mary Shalley e Oliver Twist de Charles Dickens. Esses conseguem ter algumas expressões mais "matreiras" e difíceis de compreender mas pelo sentido da frase consegue chegar-se à questão. Já num registo mais moderno, li Deaf Sentence de David Dodge.

Landslide disse...

Já li vários livros em Inglês, e se forem contemporâneos, não tenho qualquer problema em compreendê-los. Contudo, noto que leio mais devagar se for em inglês, mas penso que seja normal.

O livro em inglês que tive mais dificuldade em ler foi "The Known World" de Edward P. Jones uma vez que reproduz a forma como falavam os escravos nos EUA.

Actualmente estou a ler "The Age of Innocence" de Edith Wharton e, apesar da escrita não ser propriamente contemporânea, ainda assim consigo geralmente compreender o significado das palavras pelo seu contexto.

Andreia Veríssimo disse...

Eu também estou a ler agora pela primeira vez em inglês ("Jane Eyre" da Charlotte Bronte)... e também estou numa média de 8 a 10 páginas por noite (depende do tamanho do capítulo). Não é por estar desinteressada, que não estou, mas parece-me que a minha cabeça cansa-se mais a ler a inglês do que português... para além de que prefiro ler mais lentamente para acompanhar melhor a história, normalmente leio depressa demais :)

Jojo disse...

Eu já li muitos livros em inglês. Lembro-me de ler Júlio Verne. Contudo, agora até evito. Eu gosto de ler no original mas, como os meus livros de estudo são em inglês, francês e espanhol prefiro ler algo à noite que não me canse tanto. Assim opto pelas traduções.

Bjinhos*

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