Dia 1 de Junho, dia Mundial da Criança... e, nem a propósito, temos no Lydo e Opinado uma entrevista exclusiva a Isabel Ricardo Amaral, que além de romances históricos e séries juvenis, escreve também livros infantis. Falamos na entrevista sobre variados temas, com a simpatia da autora sempre presente. Já publicou quase 30 livros, e para os próximos tempos tem mais uma mão cheia de projectos preparados.... queremos desde já agradecer à autora pela sua disponibilidade! Esperemos que apreciem a entrevista!
1 – Isabel Ricardo Amaral, escreveu o seu primeiro livro com apenas onze anos! Como é que foi a experiência de o fazer? E já tinha tentado escrever outras histórias ainda antes, sem as ter terminado?
- A experiência foi extremamente empolgante e demonstrou-me que aquilo era o que eu gostava de fazer mesmo. Inventar e escrever livros! Não, sempre acabei as histórias que comecei. Antes de escrever esse livro aos 11 anos já escrevia pequenas histórias.
2 – O gosto pela escrita em idade tão precoce é motivado devido ao quê? Desenhe-nos pelo menos algumas hipóteses…
- Acho que já nasceu comigo esse desejo de inventar e escrever histórias. Assim que li o primeiro livro nunca mais parei. Sentia-me fascinada pelos escritores, por escreverem livros que levavam os leitores a sonhar e a viajar com eles. Na altura pareceu-me a profissão mais fascinante do mundo... Continuo a pensar o mesmo.
3 – Tem vindo a dividir os livros que publica essencialmente em três áreas… a literatura infantil, a juvenil, e os romances históricos. Quais lhe dão mais prazer escrever – ou é tão diferente que não se pode comparar?
- Eu adoro escrever, seja para os mais pequenitos, para os jovens ou para os adultos. Tenho sempre um imenso prazer em criar, seja uma história infantil ou juvenil ou um romance histórico. Gosto de escrever todos os géneros. O meu último livro publicado foi até a minha primeira incursão no romance de crime e mistério, com o "Crime e Sedução". Também adorei escrevê-lo!
4 – Qual é o processo necessário para se escrever um livro infantil – tem de se trabalhar muito uma determinada linguagem, apostar nas imagens que a escrita transmite, ou…?
- É claro que tenho de adaptar o tipo de linguagem ao público ao qual se destina. Tenho sempre esse cuidado. Aposto sempre também em bonitas ilustrações e tento empolgá-los com as minhas histórias, o que felizmente costuma sempre acontecer, seja para os mais pequenitos ou para os mais velhos...
5 – Já com os romances históricos, passa muito tempo a investigar a época e os acontecimentos, antes de se dedicar à escrita – ou vai pesquisando ao mesmo tempo que passa para o papel o processo criativo?
- Tenho sempre de pesquisar muito. Normalmente faço a pesquisa primeiro e depois vou escrever o livro, mas já aconteceu ter o enredo todo do romance histórico e depois fazer a pesquisa histórica e enquadrá-lo na época e nos acontecimentos, como foi o caso de "O Último Conjurado".
6 – Tem uma rotina de escrita regular, escreve sempre a uma determinada hora do dia, ou assim?
- Tenho uma rotina, sim. Começo a escrever muito cedo, logo após a filhota ir para a escola, interrompo à hora do almoço e continuo até à tarde. Na fase final de um livro escrevo até à noite, pois é-me muito dificil desligar até o terminar. Só não escrevo mesmo quando vou às escolas.
7 – E, para escrever, prefere sons ambientes (música, vozes), ou só se concentra no silêncio?
- Costumo escrever com música, canções várias que oiço durante todo o dia. Em cada livro normalmente tenho um grupo de canções preferidas que me ajudam a inspirar. Por vezes também fico em silêncio, mas são raras.
8 – Outra das suas paixões, para além da escrita, é claro a leitura. Tem autores e livros favoritos entre os que já leu até hoje?
- Autores preferidos tenho vários: Agatha Christie, Dan Brown, J. R. R. Tolkien, J. K. Rowling, Enid Blyton, José Rodrigues dos Santos... Gostei muito de ler "O Senhor dos Anéis".
9 – Como autora de livros infantis e juvenis, apresente algumas sugestões para se incentivar a que as crianças e os jovens comecem a ler. É claro que o Plano Nacional de Leitura já começa a fazer os seus efeitos, pelo menos por aquilo de que aqui no blog temos percepção. Mas existem mais meios?
- A sugestão que eu posso dar, pela minha experiência, é ter cuidado no primeiro livro que se dá a ler a uma criança. Se não for bem interessante ela pode ficar com aversão à leitura, ficando sempre com má vontade contra os livros. Deve dar-se-lhe livros empolgantes, que o façam pensar e ao mesmo tempo divertir-se a valer.
10 – Como leitora dos seus próprios livros, de qual deles mais gostou de ler depois de terminado? E coincide com o que mais gosto lhe deu a escrever?
- Nas escolas onde vou os leitores costumam sempre fazer-me essa pergunta. Não tenho livro preferido, até porque tento sempre, e acho que consigo, que o livro que estiver a escrever no momento não seja inferior ao anterior. Tento sempre desafiar-me a fazer melhor. Mas talvez "O Último Conjurado" me tenha proporcionado momentos ainda mais entusiasmantes, tal como " A Demanda do Mestre" e a colecção "Guerreiros da Luz".
11 – Outra das coisas que gosta de fazer é visitar os locais que depois inclui nas suas histórias. Acha importante essa exploração no terreno para qualquer autor?
- Muito importante. Nos locais absorvo o ambiente e depois passo-o para os livros e os leitores costumam sentir que lá estiveram também. Por vezes vou até mais do que uma vez ao local onde vai decorrer a história e já chegou a alterar-me por completo o enredo que tinha na cabeça e ser obrigada a escrever outro livro diferente depois de ter estado no local. Isto funciona para mim, não sei se com os outros escritores funciona da mesma maneira. Somos todos diferentes...
12 – Desde que começou a publicar livros já são muitos os que têm saído para as livrarias… tem mais projectos na manga para um futuro próximo?
- Tenho outra colecção infantil para os mais pequenitos, que deverá sair o primeiro livro agora em Junho, com o título " As Aventuras do do Xico-Larico". Outra colecção juvenil na cabeça que só escreverei depois de terminar o terceiro livro da trilogia "Porto do Graal" e dois romances históricos para escrever, um deles passado na época do terramoto de 1755. Actualmente termino um romance histórico que é passado durante as invasões francesas em Portugal, com o título "A Revolução da Mulher das Pevides".
13 – Pode dirigir uma última palavra, talvez um conselho, a potenciais futuros autores que se encontrem entre os leitores do blog?
- Leiam muito e continuem sempre a escrever. Não desistam ao primeiro "não" e nem se deixem desanimar. Eu tive de esperar 16 anos para publicar o primeiro livro e se não fosse persistente a esta hora não teria já 27 livros publicados...
Gostaram? Esperamos que sim. Já tinham lido algum livro da autora - se sim, digam-nos a vossa opinião! E se nunca leram nada da autora, o Lydo e Opinado vai oferecer-vos a oportunidade de ganharem os seus três ormances históricos - «O Último Conjurado», a «A Demanda do Mestre», e «Nuno Álvares Pereira». Temos esses três livros para oferecer... o passatempo começa já no feriado, quinta-feira. Estejam atentos!