quinta-feira, 26 de novembro de 2009

1Q84 e entrevista recente a Haruki Murakami

O escritor japonês Haruki Murakami, já por diversas vezes aqui falado no blog (a média das 4 críticas feitas aqui aos seus livros situa-se nos 9,5 em 10) editou no Japão, à cerca de seis meses, as duas primeiras partes do seu novo romance, numa totalidade de mais de 1000 páginas. Uma terceira parte sairá para venda no próximo Verão.

1Q84 é o título do livro - lido em japonês, o Q pode ser lido 9, o que nos reporta ao título da famosa obra de George Orwell, Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (também já aqui criticada no blog - com nota 10). Murakami deu recentemente uma entrevista, a qual o Diário Digital traduziu e reproduziu hoje extractos na sua página online:

«1984 era um romance sobre o futuro próximo. Eu quis escrever alguma coisa oposta a isso, um romance sobre o passado recente que mostrasse como as coisas poderiam ter sido», explica Murakami.

«Isso é algo que poucas pessoas fizeram. Eu tinha essa sensação de que queria recriar o passado, em vez de reproduzi-lo. Questiono-me sempre sobre se o mundo em que estou é o real. Em algum lugar em mim, acho que há um mundo que pode ser diferente deste».

Ao ser questionado sobre se tinha sonhos tão complexos quanto os que descrevia nas suas histórias, Murakami diz que raramente sonha.

«Talvez eu tenha [sonhos complexos], mas não me lembro de nada. Quando acordo de manhã, tudo se foi», diz. «Em compensação, sonho muito acordado - noutras palavras, isso é escrever romances», acrescenta. Uma das questões que mais atraem a atenção do escritor japonês é a questão israelo-palestiniana.«Eu recebi o prémio [literário] Jerusalém recentemente e fui para Israel. Senti profundamente o sofrimento do povo judeu e palestiniano na terra de Jerusalém. Deve ser difícil para ambos viverem como indivíduos sem pertencer a um lado, a um dos sistemas.»

Foi divulgado à dias que a data de publicação destes livros em inglês será em Setembro de 2011. Com o tempo de traduzir para português, eu diria que é necessário adicionar mais um ano a esta data. Ou seja, ainda temos muito tempo de espera. Amanhã não percam aqui no blog a crítica ao livro que estou a ler agora dele - Auto-Retrato do Escritor enquanto Corredor de Fundo.

Tiago

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