quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol - Crítica

Nome: A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol
Autor: Haruki Murakami
Editora: Casa das Letras
Tradução: Maria João Lourenço
Páginas: 241
Sinopse: “Na primeira semana do primeiro mês do primeiro ano da segunda metade do século XX, ao protagonista, que também faz as vezes de narrador, é dado o nome de Hajime, que significa «Início». Filho único de uma família normal japonesa, Hajime vive numa província um pouco sonolenta, como normalmente todas as províncias o são. Nos seus tempos de rapazinho faz amizade com Shimamoto, também ela filha única e rapariga brilhante na escola, com quem reparte interesses pela leitura e pela música. Juntos, têm por hábito escutar a colecção de discos do pai dela, sobretudo «South of the Border, West of the Sun», tema de Nat King Cole que dá título ao romance.
Mas o destino faz com que os dois companheiros de escola sejam obrigados a separar-se. Os anos passam, Hajime segue a sua vida. A lembrança de Shimamoto, porém, permanece viva, tanto como aquilo que poderia ter sido como aquilo que não foi. De um dia para o outro, vinte anos mais tarde, Shimamoto reaparece certa noite na vida de Hajime. Para além de ser uma mulher de grande beleza e rara intensidade, a sua simples presença encontra-se envolta em mistério. Da noite para o dia, Hajime vê-se catapultado para o passado, colocando tudo o que tem, todo o seu presente em risco.”


Mais uma vez, Haruki Murakami revelou-se um autor com um tipo de escrita fluído e fácil de compreender. Ele consegue realmente transformar cenas do quotidiano em belas peças de arte. Para além disso, apresentou-me mais uma obra cheia de sabedoria e de questões que chegaram mesmo a ficar na minha cabeça, remoendo-me por dentro. Por um lado, considero Hajime, o protagonista, um homem egoísta e estranho. É estranha a maneira como o seu cérebro funciona – a maneira como ele vê e interpreta as coisas. Para além da sua perspectiva de ver as coisas, acaba por levar uma vida completamente normal e feliz, mas que ele próprio tem tendência a complicar. E a verdade é que muitas pessoas neste Mundo o fazem, apesar de isso me fazer um bocadinho de confusão. Parece que nunca estão satisfeitas com o que a vida lhes dá. Haverá alguém que lhes chamará de sonhadoras, outros de gananciosas. Eu, particularmente, acho essas pessoas complicadas. No entanto, Hajime demonstra ser uma pessoa complicada e simples ao mesmo tempo, o que acaba por ser uma mistura agradável e doce. Assim de repente, faz-me lembrar uma mousse de chocolate daquelas muito cremosas.
Mas isto tudo para dizer que as acções de Hajime fizeram-me pensar bastante. Por vezes até tentei colocar-me na sua pele para as perceber.

Não achei a história do livro algo espectacular. Apesar da escrita ser bastante envolvente e bonita, gosto de coisas mais emocionantes. Para além de que li grande parte do livro sempre pensando que a história de Shimamoto ia ser finalmente revelada e Murakami me iria surpreender – coisa que não aconteceu. O livro tem um final aberto e que deixa muito que pensar. Por um lado, é uma coisa boa. Por outro, estava à espera de mais.

Mas foi uma leitura leve e agradável, algo que não me arrependi de ler.


Personagens preferidas: Shimamoto, Yukiko.

Nota: 7/10 - Bom

Sara

3 comentários:

Jacqueline' disse...

É verdade que a história era de certa forma simples, mas por causa da escrita, estava completamente agarrada a ela.

Quanto ao final, eu gostei. Acho que dá um certo mistério ao livro e está perfeitamente adequado à sensação que fui tendo à medida que o lia.

Filipe de Arede Nunes disse...

Pessoalmente acho que é um grande livro.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Tiago Mendes disse...

Eu adorei-o do princípio ao fim, e só fiquei triste por ser tão pequeno. É a única coisa que consigo dizer! :D

E acho interessante que mantenhas as tuas opiniões de Murakami num nível mediano, quando normalmente as encontro ou muito positivas ou negativas. :)

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