Nome: A Filha do Capitão
Autor: José Rodrigues dos Santos
Editora: Gradiva
Páginas: 629
Sinopse: "O capitão Afonso Brandão mudou a vida, quase sem saber, numa fria noite de boleto, ao prender o olhar numa bela francesa de olhos verdes e voz de mel. O oficial comandava uma companhia da Brigada do Minho e estava havia apenas dois meses nas trincheiras da Flandres quando, durante o período de descanso, decidiu pernoitar num castelo perto de Armentières. Conheceu aí uma deslumbrante baronesa e entre eles nasceu uma atracção irresistível.
Mas o seu amor iria enfrentar um duro teste. O Alto Comando Alemão, reunido em segredo em Mons, decidiu que chegara a hora de lançar a grande ofensiva para derrotar os aliados e ganhar a guerra e escolheu o vale de Lys como palco do ataque final. À sua espera, ignorando o terrível cataclismo prestes a desabar sobre si, encontrava-se o Corpo Expedicionário Português.
Passado durante a odisseia trágica da participação portuguesa na primeira guerra mundial, o romance A Filha do Capitão narra-nos a inesquecível aventura de um punhado de soldados nas trincheiras da Flandres e conta-nos a paixão impossível entre um oficial português e uma bela francesa. Mais do que uma simples história de amor, esta é uma comovente narrativa sobre a amizade, mas também sobre a vida e a morte, sobre Deus e a condição humana, sobre a arte e a ciência, sobre o acaso e o destino.
Com esta obra inesquecível, o grande romance está de volta às letras portuguesas."
Este foi um daqueles livros em que eu posso afirmar com toda a certeza que aprendi imensas coisas. À medida que ia lendo, José Rodrigues dos Santos ia contando factos bastante importantes da História do Mundo, coisas que eu jamais sonhara. Para além das imensas coisas que aprendi, este livro absorveu-me por completo. As descrições feitas, as palavras usadas... Parece tudo uma melodia que ressoa na nossa cabeça, embriagando-nos e puxando-nos para aquela época.
Apesar de haver algumas partes em que o autor descrevia cada passo que os soldados davam, falando em nomes das trincheiras e coisas desse género, que foram um bocadinho secantes e difíceis de imaginar, isso não me impediu de criar laços com as personagens do livro. Cheguei mesmo a sentir-me no meio de todo aquele ambiente pesado, escondida num refúgio das trinchas e pedindo a Deus para que os ataques alemães cessassem. Cheguei mesmo a sentir um aperto no peito quando algumas personagens morreram. E, apesar do meu medo enorme da guerra, não fugi do livro como costumo fazer com filmes que retratam o mesmo tema. Apesar de toda a angústia enrolada na história, nunca o consegui fechar e meter de parte. Abriu-me os olhos para certos pormenores que eu não tinha em conta e descreveu-me situações que eu sempre abominei.
A história de amor não era nada de outro mundo, nada de novo para os meus ouvidos. No entanto, o facto de o livro não falar só da relação daquelas duas personagens ajudou bastante. Mas no fim vi-me demasiado pegada a elas, querendo sempre que ficassem juntos, esperando que tudo desse certo.
Está claro que o final me fez chorar, de alegria ou de tristeza têm de ser vocês a descobrir depois de lerem o livro, obviamente!
Personagens favoritas: Afonso Brandão, Agnés Chevallier, Matias O Grande, Vicente O Manápulas, Baltazar O Velho, Joaquim.
Nota: 9/10 - Excelente
Sara
2 comentários:
Pelo que tenho ouvido, e li agora na tua crítica, é mesmo o melhor livro do José Rodrigues dos Santos, principalmente no registo de Romance Histórico. Ainda assim, não sinto aquela vontade de pegar num livro dele e ler...
Boa crítica!
Adorei este livro. Aprende-se imenso sobre a participação portuguesa na primeira guerra e a parte do romance é também maravilhosa.
Enviar um comentário