quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Crítica - Alice do Outro Lado do Espelho


Título: Alice do Outro Lado do Espelho
Autor: Lewis Carroll
Tradutora: Margarida Vale de Gato
Editora: Relógio D'Água
Páginas: 160
Preço Editor: 30€


Li a «Alice no País das Maravilhas» há aproximadamente um ano. Na altura, desiludi-me um bocadinho com o que encontrei, talvez por encontrar um universo menos colorido e vivo do que esperava. Devido a isso, parti para a sequela com as expectativas num patamar mais baixo. Mas «Alice do Outro Lado do Espelho», o segundo e último volume desta saga, voltou a não atingir a fasquia do que eu esperaria, tendo ficado aquém do que desejava.

A história é demasiado estranha. Quero dizer, ainda mais do que a do primeiro livro. Por diversas vezes me perdi, desorientado com a linha narrativa, e é-me difícil enquanto leitor perceber exactamente o que se está a passar em cada cenário. Digo isto porque existe uma tempestade de novos elementos que vão sendo adicionados à cena sem aviso prévio: de repente, Alice dá por si numa loja. De repente, a meio de uma conversa, repara que tem um remo na mão. Ora os objectos e os cenários mudarem à velocidade de um «click» é complicado, mesmo fazendo um esforço na imaginação.

Talvez o livro seja daqueles que pedem mais do que o normal ao leitor, mais compreensão e mais abertura; e eu não estive apto para me dedicar a ele. É claro que apreciei e compreendi os jogos de palavras, e os de lógica. E algumas das personagens são interessantes e divertidas. E a cena das flores é para mim, de todas, a mais apelativa. As reflexões e os pensamentos expostos têm uma profundidade relativa abordada de raspão. Só que... não me puxou. As 160 páginas passaram a correr, sem tempo para respirar fundo. E não se trata da velocidade de leitura, e sim da velocidade da acção! Frenética, súbita!

A constante comparação (não)-metafórica com o jogo de xadrez podia ter sido melhor aproveitada. Perde-se a meio. Aqueles mundos imaginários têm tanto por onde se explorar, mas depois as coisas acabam por cair no cúmulo do (demasiado) ridículo, ultrapassando aquilo que teria graça. As situações lançam-se em catadupa umas à frente das outras, a tentarem reclamar um lugar. E o leitor fica... desculpem a expressão, a apanhar do ar. Foi assim que me senti.

Não consegui acompanhar. Não sei se não foi o momento certo para escolher o livro, mas Lewis Carroll agarrou-me ainda menos desta vez. Talvez não tenha tido o espírito suficientemente aberto para ler uma obra deste género. Ou então o non-sense quebrou as barreiras do aceitável. Não sei. Mas não funcionou. Esta leitura, comigo, agora, não funcionou.

Personagens Preferidas: As Flores.

Nota (0/10): 5 - Satisfatório

Tiago

1 comentário:

Patrícia disse...

A futura revista "Intervenção" é o reflexo do pensamento de seis jovens indignados com o panorama da sociedade.
A revista parte de uma iniciativa que tem por objectivo uma crítica àquilo que vemos mas que nos passa completamente despercebido.
Desta revista surge um blogue "Realidade Paradoxal" : realparadoxal.blogspot.com
Gostaríamos que comentasse o nosso blogue e se acha que o nosso projecto é de facto interessante, que o divulgasse.

Desde já um muito obrigado

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