quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mil Novecentos e Oitenta e Quatro - Crítica

É difícil falar acerca de «Mil Novecentos e Oitenta e Quatro» de forma clara e objectiva: por isso perdoem-me se me deixar levar por metáforas e elogios que aparentemente não se encaixam neste contexto.

Ao criar este livro, George Orwell mostrou o génio que nele havia. Inventou de raiz uma sociedade, a qual previu estar em curso cerca de 30 anos mais tarde. E embora isso não tenha de facto acontecido, não foi pela falta de lógica deste senhor que não se concretizou.... mas felizmente!

Neste 1984, o mundo é dividido em três super-potências: Eurásia, Lestásia e Oceânia. Acompanhamos a história pelo ponto de vista de Winston Smith, um cidadão aparentemente normal num mundo regido por ditadores que espalham cãmaras por todas as casas, em busca da menor falha na ideologia dos seus cidadãos... que semeiam o medo e a traição por todo o lado... num mundo de mentiras e ódios, de acontecimentos passados que podem ser moldados pela consciência humana. Só o presente conta, o passado é um simples utensílio que pode ser mudado conforme as necessidades. um mundo de diferenças, um mundo sem sentimentos. Um mundo de terror.

Mas Winston não é um cidadão normal, porque está convencido de que tudo deve mudar. mesmo consciente de que esses pensamentos lhe podem custar a vida, começa a traçar mapas mentais daquilo que pode ou não fazer. Tenta encontrar outros semelhantes a si no pensamento, busca essa que se pode tornar bastante perigosa...

Não existem partes chatas: mesmo existindo relativamente poucas falas e muitas teorias políticas e descrições dos estados geográficos das populações, a linguagem é bastante apelativa, e qualquer um a entende, e se sente com vontade de a ler! Uma contextualização brilhante, um enredo apelativo, e personagens que embora não sejam muito aprofundadas, nos marcam. Um romance que nos faz ver mais além, uma sátira a todos os regimes totalitários, um drama que nos faz repensar nas acções de cada dia...

Não sei mais o que dizer, apenas dizer que correspondeu e ultrapassou as minhas expectativas, embora já tivesse lido muitas críticas favoráveis. Definitivamente, o melhor livro que já li este ano. Provavelmente também ultrapassa o meu anterior livro preferido de sempre, Os Pilares da Terra. George Orwell está de parabéns, porque é esta obra é, sem sombra de dúvidas.... brilhante.

Páginas: 299

Personagem Preferida: Winston, O'Neill, o velhote do bar com que Winston falou, a senhora que canta enquanto estende a roupa...

Nota (0/10): 10 - Perfeito

Tiago

6 comentários:

Patrícia disse...

Não é só a escrita desse senhor que é apelativa: Abriste-me o apetite, Tiago! Até me apetece eliminar uns livros da minha lista de espera!...

...E talvez até o faça. ^^

Wow. "10 - Perfeito" oO
Eu quero ler isso :O

Pedro disse...

Acho que é só o meu livro preferido de todos os tempos =DDD

Não consigo comentar mais do que isso. Perfeito. Excelente. Genial.

Patrícia disse...

Bem, um livro a receber nota 10 é porque merece todas as honras de melhor obra literária já aqui apresentada. Fizeste uma boa crítica/Sugestão ao livro. Fiquei interessada.

Patrícia=)

Paula disse...

Está na minha wish list. Só não si se será para este ano ;)
Abraços

Claudia Oliveira disse...

E sim, vou ler este ano!

Sara disse...

Havia uma razão para eu querer ler ferverosamente este livro e era uma simples coisinha de quatro letras - MUSE, cujo novo álbum é baseado neste livro e sendo a minha banda preferida, queria compreendê-los melhor. Mas, e depois de ler esta crítica, não o quero ler só por isso, quero lê-lo porque me parece um espectáculo... E se dizes que é perfeito, bem... acredito... Acabou de passar para o topo da minha lista de livros para ler. Mal acabe de ler as intermitências da morte, este é o que se segue!

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