sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Girl with a Pearl Earring - Crítica


Nome: Girl with a Pearl Earring
Autora: Tracy Chevalier
Editora: Plume
Páginas: 233


Sinopse: "When Griet becomes a maid in the household of the seventeenth-century painter Johannes Vermeer, she thinks she knows her role: housework, laundry, and child care. She even feels able to handle his shrewd mother-in-law, his restless wife, and their jealous servant. What no one expects is that Griet's quiet manner, quick perceptions, and fascination with her master's paintings will draw her inexorably into his world. Their growing intimacy sparks whispers: and when Vermeer paints her wearing his wife's pearl earrings, the gossip escalates into a full-blown scandal that irrevocably changes Griet's life. Witten with the precision and focus of an Old Master painting, Girl with a Pearl Earring seamlessly blends history and fiction into a luminous novel about artistic vision and sensual awakening."


1664 é o ano em que tudo começa. Conhecemos Griet, uma rapariga simples de dezasseis anos que tem uma família unida e pacata. No entanto, nem sempre tudo corre bem. O seu pai, um homem dotado de jeito para a pintura, perde a visão e as coisas mudam radicalmente: este fica sem emprego e o dinheiro começa a escassear. É neste ambiente que Griet se vê obrigada a ir trabalhar para casa de um pintor bem conhecido e falado, para poder ganhar alguns trocos para a sua família que quase morre de fome. Sentindo-se responsável por eles, Griet vai para lá um pouco contrariada. É aí que toma contacto com pessoas novas e também um estilo de vida novo. Para ela, muitas coisas vão mudar. Mas nem todas as mudanças vão ser boas.

A partir do momento em que estamos conscientes que o livro se passa no século dezassete, as coisas mudam um bocado. A mentalidade muda. Então, começamos a ver os acontecimentos a desenrolarem-se de outra maneira. Época em que as empregadas eram vistas com más olhos, Griet entra num mundo do qual nunca chega a sair. Etiquetada como empregada doméstica, para sempre se sente uma; o que vai fazer com que certas acções lhe pesem na consciência e a deixem com noites mal dormidas.

Tinham-me dito que, tal como o filme, o livro era muito parado. Eu acho que foi exactamente essa calma com que as coisas aconteciam que me deixou mais presa às palavras de Tracy Chevalier. Tudo acontece ao seu tempo e cada coisa tem o seu significado, por mais pequeno que seja. Entramos num livro que é cheio de cenários, paisagens, cores e cheiros. Achei maravilhosas as descrições que Griet fazia de cada quadro que o seu mestre começava a pintar. Não só os conseguimos imaginar à nossa frente como conseguimos saber no que é que o modelo estava a pensar ou o que é que aquela obra significa.

Acompanhamos a vida de Griet que, tal como a de toda a gente, tem os seus altos e baixos. Mas é a partir do momento em que se aproxima do seu mestre que algo estranho acontece. Subitamente, sentimo-nos presos àquele mundo de cores, telas e tintas. Mais nada em nosso redor existe. Os sons são longíquos, perdemos a sensação de toque. Tudo o que interessa é aquilo que vemos. E Griet vê o seu mestre, o seu adorado mestre. É presa a esta paixão platónica que ela acaba por viver os seus dias, sempre com medo da sua esposa, mas sempre desejando que ele repare nela. E nós nunca chegamos a perceber se ele realmente o faz. Nunca chegamos a perceber se ela não passa apenas de mais uma pintura. É este jeito de mistério que me deixa presa a esta obra. Não só as descrições, o ambiente e as personagens. É aquele mundo de Vermeer que me faz não querer guardar o livro na prateleira.

Personagens favoritas: Griet, Vermeer, Maria Thins, Pieter the son.

Nota: 9/10 - Excelente

Sara

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