quarta-feira, 27 de abril de 2011

Felizmente Há Luar! - Crítica

Nome: Felizmente Há Luar!

Autor: Luís de Sttau Monteiro


Editora: Areal Editores


Páginas: 140


Sinopse: "Denunciando a injustiça da repressão e das perseguições políticas levadas a cabo pelo Estado Novo, a peça Felizmente Há Luar!, publicada em 1961, no mesmo ano de Angústia para o Jantar, esteve proibida pela censura durante muitos anos. Só em 1978 foi pela primeira vez levada à cena, no Teatro Nacional, numa encenação do próprio Sttau Monteiro. (...)"



É a segunda vez que leio uma peça de teatro. No entanto, esta ainda foi mais complicada de ler. A verdade é que as didascálias parecem quebrar o gelo. Para as ler, por vezes tinha de interromper a leitura, o que, para mim, não correu bem. Mas, com elas, tornou-se mais fácil de compreender as emoções ou os gestos de cada personagem, o que também foi um ponto positivo.


A obra divide-se em dois actos que se vão concentrar num só acontecimento: uma possível revolução. O povo português vive na miséria e as classes estão demasiado vincadas nas suas posições; assim, o povo encontra-se "na lama", literalmente por baixo dos pés da nobreza. A luta passa por transformar o reino num sistema de cortes. Inspirados na revolução de Pernambuco, no Brasil, os portugueses queriam liberdade. No entanto, durante a obra, isso nunca chega a acontecer.


O primeiro acto concentra-se no "Será que vai haver revolução? Será que não? Quem é o responsável? Porquê? Quando? Onde?" Muitas dúvidas descaem sobre as personagens e sobre o leitor, o que faz com que o primeiro acto seja um pouco parado. No entanto, o segundo supreendeu-me; concentrado na tristeza de uma mulher que perdeu o marido, assistimos a vários sentimentos - por vezes contraditórios - e a várias acções que não nos deixam "parados no mesmo sítio". Ela faz mesmo tudo por ele, o que se torna muito bonito de se ler. Gostei especialmente do facto de o autor criar uma personagem que nunca aparece mas que, mesmo ausente, se tornou querida para mim.



Concentrada nas necessidades do povo, esta obra foi alvo da censura do Estado Novo; percebe-se perfeitamente o porquê. E, talvez mesmo por isso, ainda dá mais gosto de ler.



Personagens favoritas: Gomes Freire d'Andrade, Matilde, Manuel, Rita.


Nota: 6,5/10 - Agradável



Sara

3 comentários:

Fernando disse...

Olá, pessoal do blog Lydo e Opinado.
Queria só pedir-vos que verificassem a vossa caixa de emails, se faz favor.

Aguardo resposta,
Fernando

http://www.otravessaoblog.blogspot.com

Sofá Amarelo disse...

Um dos melhores livros do Luís de Sttau Monteiro, já o li há alguns anos, fiquei com vontade de o voltar a ler até porque para mim os livros têm sempre que ser idos pelo menos uma 2ª vez!

Abraços!!!

Unknown disse...

Eu sou sincera, nem gostei muito deste livro do Sttau Monteiro. Só o li porque era leitura obrigatória e porque tenho uma curiosidade enorme por novas obras.

Mas não gostei muito, tirando as partes em que o Marechal Beresford aparecia com a sua ironia... De resto achei muito... coise. :)

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