domingo, 10 de abril de 2011

O Passado que Seremos - Crítica

Nome: O Passado que Seremos

Autora: Inês Botelho

Editora: Porto Editora

Páginas: 207

Sinopse: "Elisa e Alexandre conhecem-se num fim-de-semana no Caramulo. São ambos jovens, pertencem a círculos diferentes, vêem o mundo de perspectivas quase sempre opostas - e, no entanto, parecem incapazes de escapar à atracção que lentamente os envolve. Com avanços e recuos, iniciam então uma relação que não entendem e que questionam. Mas que os marcará para sempre.

Elisa tem medo da lua e de janelas sem cortinas. Pensa de mais e quer entender o mundo nas suas múltiplas facetas. Alexandre, pelo contrário, avança sem grandes reflexões, preocupado em aproveitar cada momento do presente antes que as responsabilidades o amarrem.

Romance de iniciação à idade adulta, O Passado que Seremos dá-nos o(s) retrato(s) de uma geração e dos caminhos onde procura encontrar a "sua" verdade."


Criei algumas expectativas em relação a este livro, especialmente por se tratar de uma história de amor. Normalmente não costumo ler este tipo de livros, por isso estava ansiosa para fazê-lo. Mas - não sei se foi em má altura ou simplesmente não se encaixa comigo - esta obra desiludiu-me.


É verdade que o livro aborda muito bem os jovens de hoje em dia: as suas decisões, a maneira como vêem o mundo, as suas ambições, etc. Aliás, eu adorei tanto os capítulos da Elisa como os do Alexandre, porque assiste-se a uma diferença enorme em termos de mentalidades entre os dois. No entanto, achei que Inês Botelho exagerou no tipo de escrita. É bonita, sem dúvida alguma! Mas chega a uma altura que é tão floreada e tão cuidada que, para mim, as frases deixavam de fazer sentido e aquilo tornava-se apenas um conjunto de palavras. Ou seja, imaginar o que estava a ler? Era difícil. Especialmente devido ao facto de os capítulos da Elisa mudarem de tempo e espaço constantemente sem estarmos à espera. Num minuto estava no quarto dela a olhar para a lua e no outro já era pequenina e brincava com a Rebeca nem sei bem aonde. Conclusão: perdi-me demasiadas vezes.


Como muitos momentos foram só conjuntos de palavras para mim, sinto que a história tinha um fio condutor um bocado confuso e pouco planeado. O enredo não me cativou assim tanto como estava à espera, mas isso talvez se deva ao facto de eu ter estado à espera de uma história de amor espectacular quando, afinal, se revelou apenas uma história de amor normal - uma que pode acontecer a qualquer um, se é que me entendem.


O que é que aconteceu no fim? Cheguei à última palavra e senti-me vazia por dentro. O livro não me encheu, nem por metade. Se calhar li-o em má altura, não faço a mínima ideia do que aconteceu. Só sei que não me cativou e que estava à espera de uma coisa completamente diferente. Talvez o volte a ler mais tarde e talvez, mais tarde, o compreenda melhor. Por agora, vou-lhe dar um sete, consciente de que muitas pessoas vão achar que eu estou louca.


Personagens favoritas: Rebeca, Tomás, Zé, Alexandre, Elisa.


Nota: 7/10 - Bom

Sara

1 comentário:

Adeselna Davies disse...

Acho que não devias ser forçada a gostar de algo. Não gostaste paciência! Concordo com muita coisa que disseste e eu própria usei alguns desses argumentos na minha review. Por vezes "dizer mal" é bom. Significa que não aceitam toda a "porcaria" que se mete à frente. Significa que tens espírito crítico :)

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