Ora, e embora esta questão dos TOPS seja muito relativa, acho que esta quebra é significativa. É certo que de vez em quando temos um livro de José Rodrigues dos Santos, de José Saramago, e outros, que vende centenas de milhares de exemplares em poucas semanas. Mas a verdade é que, e isto do meu ponto de vista, parece que nos estamos a reduzir cada vez mais uma pequena elite de autores que vende muito, e existem muitos portugueses que caem no esquecimento e se refugiam em pequenos mercados de literatura. Nomeadamente novos talentos.
E a literatura lusófona no estrangeiro? Temos José Saramago, Miguel Sousa Tavares, José Rodrigues dos Santos, Mia Couto, Pepetela, Chico Buarque, e de certeza me escapam alguns nomes... mas pelo que vejo não tem grande destaque nos restantes países.
Acredito, no entanto, no reverso desta situação. Temos por um lado a colecção de livros da revista Visão, totalmente dedicada à literatura dos países de língua portuguesa; temos casos como o da Isabel Maia, do blog Na Companhia dos Livros, que se auto-propôs a só ler livros lusófonos neste ano de 2010; cada vez mais assisto em blogs de críticas literárias a uma atenção especial às novas revelações da língua portuguesa, e autores de toda a lusofonia; e a minha própria experiência, que comecei o ano com duas leituras de Mia Couto e Ondjaki, e descobri que a língua portuguesa em África tem uma beleza natural. E o livro de Inês Botelho «O Passado que Seremos», que na minha opinião aproveita ao máximo aquilo que a Língua Portuguesa pode dar.
Tiago
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3 comentários:
A literatura portuguesa anda meio doente ou moribunda... para se publicar um livro em Portugal é precisa uma de 3 coisas:
- Ou se é um escritor já conhecido;
- Ou se conhece alguém na editora;
- Ou se é alguém "famoso", ponto.
Não percebo como é que, por exemplo, o "zé zé camarinha" tem um livro e quem aposte nele... e tantos jovens talentos por aí desperdiçados, por as editoras nem olharem para eles.
continua o bom trabalho ;)
Gosto de ler estas vossas crónicas. São sempre muito interessantes! Para além de diversificar em muito este vosso cantinho.
Não acredito muito em TOPS e confesso que fujo deles! Pois acredito que estes só pretendem influenciar as nossas leituras.
Regra geral lê-se poucos livros de autores lusófonos o que é de lamentar. Acredito que ainda há aquele pré-conceito "É português então não presta!". Pessoalmente gosto bastante de ler os nossos autores tenho os meus predilectos, que já referi acima na publicação da Sara e depois gosto de ir à procura de outros que sempre me suscitaram curiosidade e deliciar-me com essas descobertas.
O desafio da Isabel Maia, do blogue Na companhia dos livros é deveras curioso! Nem eu que gosto tanto dos nossos autores consigo ler só livros lusófonos! Mesmo assim temos um leque variado e excelente de autores e por isso acredito que seja possível atingir esse mesmo desafio!
Ah! E quanto a literatura lusófona no estrangeiro acrescento ainda o autor José Luís Peixoto. :)
Boas leituras e continuem este V. excelente trabalho!
Muito obrigado a ambos pelas vossas opiniões... acrescentaram muito conteúdo que, por omissão, não tinha inserido na crónica. :)
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